Uma investigação feita pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), do MP-SP (Ministério Público de São Paulo), aponta um suposto “relacionamento estreito” entre o vereador Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara Municipal de São Paulo, e a cúpula de uma empresa acusada de ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

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Segundo o UOL, que teve acesso exclusivo aos documentos da investigação, os promotores afirmam que há indícios de uma “relação de apoio” entre o vereador e a empresa de ônibus Transwolff, acusada de lavar dinheiro da facção criminosa.

Por conta disso, o vereador teve os sigilos fiscal e bancário quebrados por meio de autorização judicial. Leite teria sido citado em e-mails e mensagens de WhatsApp de investigados do caso, inclusive de Luiz Carlos Efigênio, conhecido como Pandora, ex-presidente e dono da Transwolff, que chegou a ser preso durante a Operação Fim da Linha, mas foi liberado após conseguir habeas corpus.

Os promotores destacam que os indícios de relação entre o vereador e a cúpula da empresa são: e-mails trocados entre funcionários públicos ligados a Leite e dirigentes da Transwolff; convite feito a Luiz Carlos por uma assessora do vereador, a pedido de Milton Leite, para uma reunião do Conselho Municipal de Trânsito em 2017; conversa entre uma então assistente do vereador e Cícero de Oliveira, sócio da Transwolff, que indica serviços de funcionários da empresa no gabinete de Leite, em 2021; conversa entre Cícero e um capitão da Polícia Militar aliado do parlamentar sobre emissão de nota fiscal para a empresa; e conversa entre Cícero e uma pessoa pedindo ingressos para o Carnaval junto a Leite.

Além disso, o parlamentar é apontado como chefe da Cooperpam, cooperativa de vans denunciada em 2006 por extorsão e abusos contra os cooperados que foi assumida pela Transwolff em 2015.

Atualmente a Transwolff detém a segunda maior frota de ônibus urbanos da cidade de São Paulo, com 1.206 veículos.

A ISTOÉ procurou o MP-SP para obter mais informações sobre o caso, e o vereador Milton Leite para comentar a investigação. Porém não obteve resposta até o momento. O espaço segue aberto.