De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Globo, neste domingo (16), o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) aponta que Flávio Bolsonaro e a mulher, Fernanda, omitiram das declarações de Imposto de Renda R$ 350 mil gastos na compra de uma loja da rede de chocolates Kopenhagen, adquirida com um amigo, Alexandre Santini.

O jornal diz que promotores detectaram a falta da declaração desse dinheiro após cruzar dados bancários e fiscais do senado e da esposa desde que as quebras de sigilo passaram a ser autorizadas pelo Tribunal de Justiça do Rio, em abril do ano passado. O estabelecimento está no cerne das investigações do esquema de rachadinha do gabinete de Flávio Bolsonaro.

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Flávio justifica a evolução financeira e patrimonial com lucros dessa empresa. A Promotoria diz que a loja, localizada em shopping da Barra da Tijuca, lavou R$ 1,6 milhão, sendo parte dessa quantia sendo depositada na conta bancária da empresa entre 2015 e 2018, após supostamente ser recolhida por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, preso no Rio de Janeiro, por envolvimento no esquema de rachadinha.

Ainda segundo O Globo, de acordo com as investigações, o dinheiro saía da loja para Flávio sob a forma de uma fictícia divisão de lucros, que desrespeitava a participação societária do senador e do sócio.

O MP suspeita que Alexandre Santini seja um “laranja”. Além disso, acredita que o estabelecimento funcionava como “conta de passagem”. “Créditos espúrios retornaram a Flávio Bolsonaro travestidos sob a forma de distribuições de lucros fictícios”, dizem os promotores no pedido de buscas feito à Justiça no ano passado.