O Movimento 5 Estrelas (M5S), fundado para combater a corrupção na Itália, se viu envolvido em um escândalo que atinge seus parlamentares, afetando a imagem do maior partido do país a três semanas das eleições legislativas.

A formação antissistema, cuja bandeira tem sido a luta contra a casta dos políticos e pela transparência, admitiu que uma dúzia de deputados e senadores de seu partido se esquivou de devolver, como haviam prometido, parte de sua renda, violando a norma interna que aceitaram ao ingressar no Parlamento em 2013.

Segundo cálculos da imprensa, trata-se de uma quantia de mais de um milhão de euros.

O jovem candidato do M5E para o cargo de primeiro-ministro, Luigi Di Maio, prometeu “retirar as maçãs podres” do movimento após denúncias feitas por um popular programa de televisão.

A formação exige que seus parlamentares deem parte de seu salário e dos fundos públicos que recebem, o que, no passado, levantou muitas queixas, para um projeto do Ministério do Desenvolvimento Econômico para facilitar o acesso aos microcréditos para pequenas e médias empresas.

Vários parlamentares do movimento divulgaram uma cópia das transferências feitas para o ministério, que recolheu mais de 20 milhões de euros para projetos sociais.

“A notícia, em um país normal, é que o Movimento 5 Estrelas devolveu 23,1 milhões de euros de seus salários para ajudar 7.000 empresas e 14.000 trabalhadores”, assegurou Di Maio, lamentando o escândalo.

O líder antissistema adiantou ter exigido que vários de seus colegas reconhecessem o “erro” e anunciou que os obrigará a pagar a quantia devida, além de renunciar a todas os cargos.