ROMA, 15 DEZ (ANSA) – Um dia após ter levado dezenas de milhares de pessoas às ruas de Roma, o movimento das “sardinhas” fez neste domingo (15), também na capital italiana, sua primeira reunião nacional.   

O encontro teve a participação de cerca de 150 organizadores das manifestações realizadas por todo o país ao longo das últimas semanas e representa a primeira tentativa de articulação de um grupo que busca frear a ascensão de Matteo Salvini e da extrema direita na Itália.   

A reunião aconteceu perto da Praça San Giovanni, palco do protesto do último sábado (14), que reuniu 35 mil pessoas, segundo o Ministério do Interior, ou 100 mil, de acordo com os organizadores.   

“Voltar às ruas o quanto antes: esse foi o objetivo da reunião, que serviu para nos conhecermos”, disse o principal líder das “sardinhas”, Mattia Santori, que até então se comunicava com os outros organizadores pelas redes sociais.   

Participantes do encontro, que durou quatro horas, garantiram que não foi discutida a hipótese de lançar candidaturas nas eleições regionais de 2020. Em sua página no Facebook, o movimento afirmou que pretende continuar sendo uma “alternativa ao demônio do soberanismo e às promessas fáceis do pensamento simples”.   

Um flash mob das “sardinhas” já está marcado para o próximo domingo (22), na província de Brindisi, sul do país. Segundo Santori, uma das metas do grupo é atrair o interesse de mais de 25% dos italianos – as intenções de voto na Liga giram hoje em torno de 30% a 35%.   

Histórico – A mobilização surgiu em meados de novembro, como um flash mob contra os comícios de Salvini para eleger Lucia Borgonzoni, sua candidata a governadora da Emilia-Romagna, um histórico feudo da esquerda italiana, nas eleições regionais de 26 de janeiro.   

O primeiro protesto, realizado em Bolonha, pretendia atrair 6 mil pessoas, mas reuniu 13 mil. Já o segundo, em Modena, teve 7 mil. Desde então, o movimento se espalhou por regiões de norte a sul do país, lotando praças e ruas com manifestantes “espremidos como sardinhas”.   

Apesar do discurso apartidário, os atos do grupo têm viés abertamente progressista e contam com participações de movimentos pró-migrantes, ambientalistas e antifascistas. (ANSA)