O líder do governo na Câmara dos Deputados, André Moura (PSC-SE), afirmou nesta segunda-feira, 5, que vai discutir com líderes amanhã a possibilidade de os parlamentares suspenderem o recesso para começar a análise da reforma da Previdência já no mês de janeiro. “Vamos discutir amanhã na reunião de líderes a possibilidade de o Congresso trabalhar em janeiro (para discutir a proposta)”, afirmou Moura na chegada ao Palácio do Planalto, onde há reunião com líderes da base aliada para que o presidente Michel Temer apresente o texto da reforma.

O Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, mostrou ontem que alguns membros do governo e do Congresso cogitam a ideia de realizar uma autoconvocação para acelerar a tramitação da matéria. Fontes do governo dizem que a convocação poderia ocorrer para o dia 10 de janeiro. Caso o recesso seja de fato suspenso, técnicos avaliam que seria possível adiantar em cerca de dois meses a tramitação da reforma da Previdência, com chances mais elevadas de conclusão e promulgação ainda no primeiro semestre de 2017.

A questão, no entanto, não é consenso entre os parlamentares. O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), no entanto, avalia que a chance de isso ocorrer, “de 1 a 10, é 3”. “O clima está muito tensionado”, afirmou. Mesmo assim, Perondi acredita que é possível aprovar a reforma ainda no primeiro semestre.

A reportagem apurou que o deputado Arthur Maia (PPS-BA) é um dos cotados para a relatoria da reforma da Previdência na comissão especial, que tem duração regimental de 40 sessões. A presidência ficaria com o deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ). Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que analisa a constitucionalidade da proposta e se ela irá adiante ou não, o deputado cotado para a relatoria é Alceu Moreira (PMDB-RS).