O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou na noite de domingo, 10, que vai pautar nesta semana projetos que abordam o tema da “adultização de crianças”. A iniciativa foi anunciada após a repercussão de um vídeo do youtuber Felca sobre o assunto.
“O vídeo do Felca sobre a adultização das crianças chocou e mobilizou milhões de brasileiros. Esse é um tema urgente, que toca no coração da nossa sociedade. Na Câmara, há uma série de projetos importantes sobre o assunto. Nesta semana, vamos pautar e enfrentar essa discussão”, escreveu Motta nas redes sociais.
Publicado na quinta-feira, 7, o vídeo de Felca já soma mais de 26 milhões de visualizações. Em 50 minutos, o youtuber fez um compilado de denúncias sobre influenciadores que abusam da imagem de crianças, mostrou na prática como o algoritmo funciona para entregar esse tipo de conteúdo para pedófilos e entrevistou uma psicóloga especializada para falar sobre o perigo da exposição nas redes sociais para as crianças e adolescentes.
Felca citou casos como o do influenciador paraibano Hytalo Santos, de 28 anos, conhecido nas redes sociais por ostentar uma vida de luxo e exibir sua rotina ao lado de crianças e jovens que chama de “filhos”. Entre eles, está a adolescente Kamylinha Santos, de 17 anos, que é exibida nas redes desde os 12 anos e teve sua conta com mais de 10 milhões de seguidores no Instagram suspensa. Hytalo já está sendo investigado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB).
O youtuber também citou outros casos em seu vídeo, como o do canal Bel Para Meninas, influenciadora mirim que entrou na mira do Ministério Público do Rio de Janeiro em 2020 por suposto comportamento abusivo da mãe em alguns vídeos, além da menor Caroliny Dreher, que segundo contou Felca tinha conteúdos íntimos vendidos pela própria mãe para uma rede de pedófilos no Telegram e outras plataformas. “É um assunto que causa repulsa, mas ele tem que ser falado”, reforçou Felca, que disse ainda assumir todas as consequências que as denúncias do vídeo dele pudessem causar.
Veja o vídeo:
* Com informações do Estadão