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Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) devem poupar os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) de críticas durante a manifestação na Avenida Paulista neste domingo, 7. A ordem partiu da alta cúpula bolsonarista após as sinalizações de que o PL da Anistia deve ser votado nos próximos dias.
Motta e Alcolumbre chegaram a ser os principais alvos dos bolsonaristas nos últimos meses após a resistência de ambos em pautar o projeto que dá anistia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de liderar as articulações do plano de golpe de Estado. O tom mais ácido partia de Silas Malafaia, organizador das manifestações, que apontava a dupla como “inimigos do povo”. O pastor, desta vez, deve focar suas críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do processo contra Bolsonaro.
Malafaia deve reforçar a tese de que Moraes é ditador e criticar a operação da Polícia Federal contra ele no fim do mês passado. O pastor foi alvo da PF após mensagens apontarem uma tentativa de obstrução de justiça no processo que apura a tentativa de golpe de Estado.
Lideranças bolsonaristas conversaram com o líder religioso e pediram moderação nas palavras. Hugo Motta, inclusive, foi avisado de que não será atacado por Malafaia na manifestação.
Davi Alcolumbre será outro poupado da cúpula bolsonarista. Isso porquê os aliados querem pressionar o presidente do Senado a avançar com o PL da Anistia no Salão Azul, alvo de resistências internas na Casa Alta. Alcolumbre já afirmou que engavetará o projeto e quer emplacar outro texto, negociado com o STF, que prevê apenas a redução da pena para os envolvidos no 8 de janeiro, excluindo Bolsonaro.
O recuo das críticas ao Congresso vem após Hugo Motta sinalizar a votação da proposta do PL da Anistia para Bolsonaro. A urgência deve ser votada na próxima semana, após a possível condenação do ex-presidente na Primeira Turma do STF.
Enquanto Silas deverá atacar Moraes e poupar o Congresso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deverá focar na defesa do projeto de anistia. Ele foi o principal responsável pela articulação do texto nesta semana, forçando Hugo Motta a recuar da resistência e pautar o projeto.
Quem também deverá falar é a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ela deverá focar na anistia para o ex-presidente e na pacificação do país.