O motorista José Maria da Costa Júnior foi condenado a 13 de prisão, em regime inicialmente fechado, pela morte da ciclista e socióloga Marina Kohler Harkot, de 28 anos.
A jovem foi atropelada e morta na Avenida Paulo VI, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, no dia 8 de novembro de 2020. Condutor do Hyundai Tucson que atingiu a ciclista, Costa Júnior fugiu do local do acidente sem prestar socorro e só se apresentou à polícia dias após o ocorrido.
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O julgamento foi realizado pela 5ª Vara do Júri no Complexo Judiciário Ministro Mário Guimarães (Fórum Criminal da Barra Funda), que condenou o motorista a 12 anos de prisão por homicídio e estabeleceu mais um ano de detenção.
Além disso, o júri determinou a suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor pelo prazo de cinco anos, por omissão de socorro e condução de veículo automotor com capacidade psicomotora alterada.
Relembre o caso
Cicloativista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), Marina foi atingida enquanto trafegava de bicicleta pela Avenida Paulo VI às 0h17 de 8 de novembro de 2020. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado por uma policial de folga que circulava pelo local e presenciou o atropelamento, mas a jovem morreu no local.
A identificação do carro foi possível graças à policial testemunha, que anotou a placa do veículo. Depois, a polícia confirmou por meio de câmeras que aquele veículo circulava pela região no horário do ocorrido.
A Polícia Civil afirmou na época também que, após fugir do local sem prestar socorro, José Maria da Costa Júnior abandonou o veículo no centro da capital paulista. Ele se apresentou no 14.º Distrito Policial (Pinheiros) somente na tarde de 10 de outubro de 2020, mais de 48 horas após o atropelamento.
Em entrevista à TV Globo dias após o ocorrido, Costa Júnior disse que “não tinha noção da complexidade” do que tinha ocorrido e de que “alguém pudesse estar ali, que pudesse estar machucado”. Segundo a policial que presenciou o atropelamento, havia boa iluminação e “com certeza, ele (Costa Júnior) viu a Marina”.
A avenida em que Marina foi atropelada tem quatro faixas e a socióloga estaria pedalando na última, perto do parapeito, de acordo com a investigação. Na via, a velocidade máxima permitida é de 50 km/h. As investigações apontam que o motorista teria ingerido bebida alcóolica antes do acidente.
Descrita como uma pesquisadora brilhante e sorridente, Marina concluiu a graduação e o mestrado na USP, onde também era pesquisadora colaboradora, pelo LabCidade, e cursava o doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAUUSP). Na academia, se tornou referência por reunir dados sobre gênero e mobilidade por bicicleta.
* Com informações do Estadão Conteúdo