O motorista Diones Coelho da Silva, que esteve envolvido no acidente do ator Kayky Brito no início de setembro, contou nesta quinta-feira, 28, durante participação no programa Encontro com Patrícia Poeta, como está sendo sua vida após o ocorrido. O rapaz, que prestou socorro ao artista, que foi levado ao hospital com politraumatismo e segue internado, mas fora da UTI, disse que tinha “convicção” da sua inocência.

Na última quarta-feira, 27, a polícia pediu o arquivamento do caso ao Ministério Público após confirmar que ele estava dentro do limite de velocidade permitido na via. O fato de Diones estar dirigindo com atenção, ter prestado socorro e não ter ingerido álcool ou entorpecentes também foi fundamental para a decisão.

“Acordei com essa notícia e foi muito gratificante. Eu já tinha convicção da minha inocência, mas estava aguardando a Justiça tornar isso público”, falou.

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Porém, mesmo com o arquivamento do caso, ele disse que ainda sofre com os efeitos de ter atropelado o ator.

“Tirou o peso, mas o trauma eu ainda carrego. É um vídeo que eu nem gosto de ficar vendo. Porque relembra o momento, fica aquele looping, dia e noite, às vezes não consigo dormir. Tenho tido crises de ansiedade. Para mim é tudo muito novo e assustador”, contou.

Durante a conversa, o motorista revelou que estava em sua última corrida da noite quando o acidente aconteceu.

“De repente, eu já vi uma pessoa correndo para o meio da pista. A reação foi tentar jogar para a direita para tentar retirar. Desci e a única coisa que eu fiz foi clamar o nome de Jesus”, lembrou, ressaltando que não sabia quem era a pessoa. “Independente se era famoso ou não, era uma vida que tava ali”, completou.

Crises de ansiedade e recomeço após acidente

Sua esposa que também participou do programa, contou que ele ficou sem dormir e sem comer nos dias seguintes ao acidente. No momento, ele segue sem trabalhar por causa dos danos no carro. Uma vaquinha online foi feita por pessoas que se solidarizam com a situação.

“Meu carro tá na oficina ainda. Tá dependendo de peças e não vai ficar pronto agora. Ainda tem umas longas parcelas com juros para pagar. Uma parte da vaquinha eu vou doar para uma instituição. E vou comprar outro carro para trabalhar, esse aí eu não tenho mais condições de entrar para trabalhar”, contou.

Mesmo recebendo um carro emprestado para voltar a trabalhar, no momento, ele ainda não consegue, por medo da possibilidade de ter outro acidente.

“Eu já saí para trabalhar, mas não consigo dirigir direito. Fico com aquele trauma. Se você vê uma pessoa na calçada, você já fica com medo dela atravessar e atropelar. Aí eu volto para casa. E já tô procurando ajuda psicológica, de um psicólogo”, disse, e revelou em sequência que caso outra oportunidade de emprego aparecessa, que não seja como motorista de aplicativo, ele irá aceitar.

“Se surgir alguma outra oportunidade que não seja trabalhar como motorista de aplicativo, eu vou agarrar essa oportunidade. Porque eu ainda tô com esse trauma”, contou.

Por fim, Diones disse que orou pela recuperação de Kayky em sua igreja. “É uma pessoa que tem um filhinho pequeno, eu também sou pai. O que eu mais queria era que ele saísse dessa com vida. Na nossa igreja, a gente ficou orando por ele, para que tudo corresse bem e ele voltasse para a família”, finalizou.