SIENA, 20 JUN (ANSA) – O advogado do motorista envolvido no acidente do paratleta italiano Alessandro Zanardi disse neste sábado (20) que seu cliente está “sofrendo muito”, principalmente por se tratar de um “personagem tão extraordinário”.
Ex-piloto de Fórmula 1 e dono de seis medalhas paralímpicas (quatro de ouro e duas de prata), Zanardi, 53 anos, se chocou contra um caminhão após perder o controle de sua handbike em um evento de paraciclismo em Pienza, província de Siena, na última sexta-feira (19).
“Ele [o motorista] o encontrou quase de frente na saída da curva, e ainda bem que conseguiu virar o volante e se jogar no limite da estrada. Assim, o impacto foi de lado. Do contrário, teria sido um impacto frontal, com consequências ainda piores”, disse o advogado Massimiliano Arcioni.
O nome do motorista não foi divulgado, e ele é investigado pelo Ministério Público de Siena. “Meu cliente está sofrendo muito e, tratando-se de um personagem tão extraordinário, sofreu ainda mais psicologicamente. Ele deu declarações espontâneas ao procurador logo após o acidente, depois foi levado em estado de choque ao pronto-socorro”, acrescentou.
Segundo Arcioni, o motorista testou negativo para exames toxicológicos e de álcool. “Além disso, a velocidade do caminhão era muito, muito contida”, garantiu. Zanardi foi levado em estado gravíssimo para o Hospital de Siena, passou por uma cirurgia de urgência e agora está em coma induzido na UTI.
De acordo com os médicos, ele não tem risco de morte neste momento, mas seu quadro neurológico é considerado “muito grave e incerto”.
História – Protagonista de uma das maiores histórias de superação do esporte moderno, o italiano foi bicampeão da antiga CART (1997 e 1998) e disputou cinco temporadas na Fórmula 1, a última delas em 1999, pela equipe Williams.
Ao retornar para a CART, em 2001, sofreu um grave acidente no circuito oval de Lausitz, na Alemanha, e teve as duas pernas amputadas, mas Zanardi nunca desistiu das corridas. Após uma longa recuperação, disputou o WTCC e obteve três vitórias.
Mas foi no paraciclismo onde ele se encontrou. Começando a competir em 2007, logo passou a colecionar pódios, alcançando três medalhas paralímpicas nos Jogos de Londres, em 2012, sendo duas de ouro e uma de prata (revezamento).
Quatro anos depois, o italiano conquistou mais três medalhas nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro, novamente duas de ouro e uma de prata. (ANSA)