Motorista de Porsche contraria amigo, nega bebida alcoólica e diz que não percebeu a velocidade

Fernando Sastre de Andrade Filho, motorista de Porsche envolvido em morte de motorista em SP
Fernando Sastre de Andrade Filho, motorista de Porsche envolvido em morte de motorista em SP Foto: Reprodução

O empresário, e agora foragido da justiça, Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, acusado de dirigir embriagado, bater um Porsche na traseira de outro veículo e matar um motorista de aplicativo no dia 31 de março afirmou neste domingo (5) que não ingeriu bebida alcoólica e não teve a sensação de que estava em alta velocidade. A Justiça determinou a prisão preventiva dele na sexta-feira (3) e, desde então, ele é procurado pela Polícia Civil.

Fernando deu entrevista ao Fantástico, da TV Globo, horas antes de ser decretada a sua prisão. Com a presença da equipe de defesa, o empresário afirmou que só bebeu água durante toda a noite. “Não consumi [bebida alcoólica]. Não bebi no primeiro ambiente, não bebi também na casa de pôquer”, afirmou. Orientado pela defesa, Fernando não comentou o depoimento de outras testemunhas que dizem que ele bebeu.

Fernando ainda foi questionado sobre sua velocidade na via que permite limite de 50 km/h. Segundo a perícia, ao bater no carro do motorista de aplicativo Ornaldo Viana, o Porsche, avaliado em R$ 1,3 milhões estava a 114 km/h. Momentos antes do choque, chegou a correr ainda mais: 156 km/h.

Ao tentar explicar o motivo de estar a esta velocidade, Fernando preferiu se abster. Ele também negou ter recebido multas de trânsito por velocidade e por participar de corridas de rua. Porém, seu registro no Detran diz o contrário. Levantamentos da reportagem apontou multas por excesso de velocidade no Ceará e disputa de racha na avenida Paulista, em São Paulo.

Questionado sobre o porquê de não ter ido ao hospital após a liberação por parte dos PMs, o empresário disse que passou em casa para pegar a carteirinha do plano de saúde, ficou nervoso e acabou medicado pela mãe. “Quando chego em casa, tenho um alto descontrole, fico muito nervoso com tudo aquilo que está acontecendo e aí ela me dá um remédio. Aí, eu apago”, disse.

Sastre Filho enviou um recado para a família da vítima. “Eu pensei nisso [em algo para dizer para a família], imaginei como se fosse com o meu pai, não tem nada que eu possa fazer ou falar que vá trazer ele de volta. A única coisa seria um pedido de desculpas sinceros, do coração”, disse Fernando.