Um motoboy diz que foi constrangido e ameaçado com uma arma em um shopping de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro, enquanto estava trabalhando na segunda-feira (21). As informações são do telejornal RJ1.
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O entregador de aplicativos Orlando Júnior Barbosa, de 24 anos, disse que um homem, sem utilizar uniforme ou identificação, se aproximou dizendo que era policial e, de forma agressiva, queria saber o que ele fazia no shopping Map Band.
Orlando estava no local para retirar uma encomenda nas lojas Americanas, mas a funcionária havia o avisado que o sistema estava fora do ar por falta de conexão com a internet.
“Eu fiquei sentado lá na frente esperando o pedido ser aprontado, a internet voltar”, disse o entregador. “Um cara desse vem me enquadrar às 9h da manhã, achando que eu sou ladrão. Só porque olhou para a minha cara, de bigode fino, preto. Qual foi?”, disse o motoboy.
Ainda de acordo com o RJ1, Orlando teria pedido para o homem se identificar. “Ele falou para mim: ‘Você quer que eu me identifique?’ Eu falei: ‘Claro que eu quero que o senhor se identifique, por favor’. Foi quando ele sacou a arma, mandou levantar a blusa. Eu pedi para ele não fazer aquilo, porque tinha bastante gente me olhando”.
Segundo o entregador, o homem teria pedido para ele se identificar e entregar a identidade para ele. Orlando disse que o homem olhou seu documento e o mandou ir embora.
O rapaz registrou um boletim de ocorrência online, contando que o homem teria apontado uma arma para seu rosto e dizendo para ele levantar a camisa. Orlando diz que as pessoas começaram a aglomerar e que ele foi publicamente constrangido e desmoralizado.
Ele diz que agora está com medo de fazer outras entregas no local. “O aplicativo é o meu sustento. Eu preciso trabalhar e eu estou com medo dele, eu não sei quem é o rapaz. Eu peço que o shopping, por favor, tente saber quem é o rapaz. Eu imploro para o shopping para ele esclarecer quem é essa pessoa porque eu quero só andar seguro. Só quero só trabalhar”, disse Orlando.
A Americanas divulgou uma nota dizendo que lamenta o ocorrido e que deu todo o apoio necessário ao motoboy. A empresa disse que repudia toda e qualquer atitude discriminatória.
Em nota, o condomínio Map Band afirmou que lamenta profundamente o episódio ocorrido e disse que Orlando e sua família foram recebidos e acolhidos pelo gerente do local nesta quarta-feira (23), que receberam apoio e o compromisso de que eles irão colaborar com a investigação sobre o caso.
A Polícia Civil disse que o caso foi registrado na 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes) por meio da delegacia online e que as investigações estão em andamento. Os envolvidos serão intimados para prestar esclarecimentos.