18/12/2017 - 8:00
O ano de 2017 certamente foi bem movimentado para a Motorola. A empresa entrou em uma “vibe Samsung” e lançou produtos praticamente a cada dois meses. Entre as novidades, o modelo mais poderoso é o Moto Z2 Force. Confira mais detalhes sobre o aparelho a seguir.
Design
O Z2 Force é praticamente idêntico ao Z2 Play , e também ao Moto Z, de 2016. E isso não é necessariamente bom. Os outros aparelhos da linha Z são ótimos, o estilo “sem firulas” da Motorola certamente tem muitos fãs e a empresa vem acertando em cheio em seus celulares das linhas intermediárias E e G. Mas manter o mesmo design de 2016 no principal smartphone de 2017 meio que tira o fator “premium” do produto.
[posts-relacionados]Sabemos que a Motorola não está “amarrada” a esse design à toa. Para manter os smartphones da linha Z compatíveis com os acessórios Moto Snaps (também conhecidos como Moto Mods), a Motorola tem também que manter esses aparelhos com o mesmo tamanho e as mesmas proporções. Por isso, o design com tela de 5,5 polegadas e proporção 16:9 virou regra. É curioso perceber como o principal diferencial da Motorola ao mesmo tempo “amarra” o design dos produtos da empresa enquanto rivais como LG, Samsung e Apple diversificam o visual de seus aparelhos.
Enquanto as concorrentes apresentam smartphones com maior tamanho de tela e formato alongado, a Motorola vem com o mesmo celular de 2016, só que mais fino. O tamanho mais estreito, aliás, tem uma desvantagem: o Z2 Force não tem entrada dedicada para fone de ouvido. Para usar um fone de ouvido com fio é necessário encaixar o fio em um adaptador (incluído com o produto) que é encaixado na porta USB-C. É meio chato ter que usar um fiozinho a toda hora para usar o fone de ouvido, fora o fato de que ele pode ser facilmente perdido.
A resistência do Moto Z2 Force a quedas é um dos diferenciais mais enfatizados pela Motorola e está até no nome do aparelho. Deixamos o celular cair quatro vezes e não houve danos, mas obviamente não dá para garantir que eles não ocorram. A tela tem resistência extra contra trincas e rachaduras, mas certamente pode ser riscada. Após alguns dias de uso misturado a chaves em bolsos, a tela do Z2 Force presentou alguns pequenos arranhões.
Moto Snaps
Não dá pra falar nos celulares da linha Z sem falar nos Moto Snaps, possivelmente o maior diferencial desta linha de smartphones. Juntamente com o Moto Z2 Force testamos dois novos snaps, o Moto GamePad e o Moto 360 Camera. O primeiro é acomplado ao smartphone e serve como um controle de videogame. O segundo é uma câmera que filma e tira fotos em 360 graus.
Como ocorre com os outros snaps, no geral ambos funcionam muito bem. O encaixe é fácil e não há necessidade de configurar nada. No entanto, também como outros snaps, os acessórios são caros (R$ 799 para o Gamepad e R$ 1.499 para a câmera).
Configuração
Com relação à configuração, não há do que reclamar. Com 64 GB de armazenamento, 6 GB de RAM e chip Snapdraton 835, o Moto Z2 Force tem a configuração padrão de um smartphone topo de linha. Nos testes do app de desempenho AnTuTu, o aparelho obteve excelentes 181 mil pontos, pouco mais do que o Galaxy Note 8, testado por aqui recentemente.
Seguindo a tradição da Motorola, o Z2 Force traz um Android enxuto e com poucas modificações. Nos testes, o Z2 Force se revelou um smartphone extremamente rápido e estável, e não houve travadas.
Quando o Moto Z2 Force foi anunciado, choveram críticas em relação à bateria, que realmente tem capacidade menor do que a do Z Force de 2016. A bateria do Z2 Force tem capacidade de 2.730 mAh, abaixo da média atual, que fica entre 3.000 mAh e 3.300 mAh. Na prática, porém, a duração de bateria do Z2 Force está longe de ser ruim. No teste padrão aplicado pelo blog, com vídeo contínuo do YouTube em tela cheia e brilho no máximo, o aparelho ficou ligado por 10 horas, valor similar ao do Note 8 e acima da média de aparelhos intermediários. No uso cotidiano, durou entre 1 e 2 dias de uso.
Como outros lançamentos recentes da Motorola, o Moto Z2 Force conta com câmera dupla. O principal atrativo deste recurso, em tese, é poder tirar uma foto e, desfocar ou trocar o fundo da imagem com poucos toques na tela. Na prática, porém, o recurso não funciona de modo ideal. Em muitos casos a seleção do objeto não funciona muito bem e partes do objeto são cortadas.
Em fotos convencionais, a câmera do Z2 Force se saiu muito bem, como era de se esperar de um celular mais sofisticado. Em testes comparativos, porém, a qualidade das imagens ficou um pouco abaixo da obtida com o Note 8, principalmente em situações de baixa luz. Mas apenas fotógrafos mais exigentes vão se incomodar com a diferença.
Conclusão
O Z2 Force é uma excelente opção para quem quer um aparelho extremamente rápido e não liga muito para o design. Particularmente gosto muito do conceito de Moto Snaps e acho que seria muito interessante se os acessórios chegassem a mais aparelhos e com preço mais acessível. No momento, porém, a compatibilidade forçada com os snaps está deixando a Motorola de mãos amarradas quando o assunto é design.
O preço do Z2 Force certamente é bem vantajoso quando comparamos com os smartphones mais sofisticados da Samsung, por exemplo. Porém, mesmo levando em conta a resistência extra do produto, não dá pra deixar de observar que dá para comprar um celular praticamente igual (no caso, o Moto Z2 Play), gastando bem menos.
Ficha técnica – Moto Z2 Force
Configuração: sistema Android 7.1, processador Qualcomm Snapdragon 835 octa core 2,3 GHz , 6 GB de RAM, 64 GB de armazenamento total (47 GB de espaço livre), entrada para cartão microSD de até 2 TB, tela de 5,5 polegadas com resolução QuadHD, câmera traseira dupla, com duas câmeras de 12 MP, câmera frontal de 5 megapixels, bateria de 2.730 mAh, conector do tipo USB-C.
Dimensões (cm): 15,6 x 7,6 x 0,6
Peso (gramas): 143
Preço: R$ 2.499
