SÃO PAULO, 21 AGO (ANSA) – O Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC), em São Paulo, recebe até 12 de outubro a exposição “A arte deve viver ao Sol – Gastone Novelli no Brasil”, que traz 29 trabalhos do artista italiano que ao viver no país latino-americano entre 1948 e 1954, amadureceu em território nacional sua vocação artística.
Com entrada gratuita, a mostra é realizada em parceria com o Instituto Italiano de Cultura de São Paulo (IICSP) e com apoio do Archivio Gastone Novelli, em Roma.
Após estudar ciências sociais e políticas em Florença e artes visuais em Roma, foi no Brasil que Novelli (1925-1968), então com 23 anos, desenvolveu a pintura abstrata pela primeira vez, ao mesmo tempo em que explorava a produção cerâmica e mural.
Na capital paulista, o italiano assumiu ainda posição de destaque no engajamento com o ambiente artístico, ao criar projetos expositivos, lecionar no Instituto de Arte Contemporânea (IAC), participar ativamente da Oficina de Arte (ODA) ou ser convidado para as Bienais de São Paulo de 1951 e 1953.
Para o curador da exposição Marco Rinaldi, o cenário encontrado no Brasil foi “uma ocasião para o desenvolvimento teórico dos primeiros germes de uma reflexão sobre a linguagem da arte”. De um traço inicial expressionista, Novelli experimentou as diversas manifestações das vanguardas artísticas surgidas no início até meados do século 20.
O título da mostra foi extraído do manifesto publicado em 1952 pela Oficina de Arte, assinado por Novelli: “A arte deve viver ao sol, nas praças, em meio ao povo!”. Uma afirmação que expressava o compromisso dele e de seus companheiros em unir a arte ao desenho industrial e à pintura mural, visando democratizar a pesquisa artística.
“Um valor fundamental para os artistas modernos em um mundo em reconstrução”, observa a também curadora da mostra Ana Magalhães.
Para Lillo Teodoro Guarneri, diretor do IICSP, “além de ressaltar a contribuição fundamental de Novelli para o desenvolvimento de linguagens artísticas, a exposição visa valorizar o papel e a contribuição dos muitos artistas italianos que viveram no Brasil, deixando-se permear pelas múltiplas influências culturais deste país continental”. (ANSA).