ROMA, 17 JUL (ANSA) – Sempre em busca de oferecer “novas perspectivas” ao público, o Parque Arqueológico do Coliseu apresenta uma nova exposição onde os protagonistas são os espectadores que frequentavam o antigo anfiteatro romano para acompanhar as lutas de gladiadores, caçadas de animais selvagens e outros entretenimentos da época.
A mostra revela alguns hábitos do público daqueles tempos, que enquanto aguardavam os espetáculos na arena, se dedicavam a cuidados pessoais, jogos de azar e até mesmo a lançar maldições contra rivais. Assim o museu do Anfiteatro Flávio traz grampos de cabelo, pentes, agulhas de costura, carretéis de linha e palitos de dente para higiene pessoal. Há ainda dados, fichas para jogos de tabuleiro, moedas típicas do final do Império Romano, bem como tábuas de chumbo para lançar mau-agouro.
No entanto, um dos maiores destaques da exposição é a tecnologia dos elevadores que levavam gladiadores e animais à arena.
O material arqueológico, agora exibido aos frequentadores do museu pela primeira vez, é fruto de pesquisas realizadas pelo Parque a partir de 2022, que também incluíram a escavação do coletor hidráulico, revelando 70 metros de estratigrafia. Ali foram encontrados numerosos artefatos, como restos de animais e plantas, ânforas, lâmpadas, moedas e objetos do cotidiano.
A nova seção faz parte de um projeto mais amplo de remodelação do Coliseu, que visa reorganizar os pontos de informação histórica e cultural ao longo de sua rota de visitação, ao mesmo tempo que redistribui o tráfego turístico. Neste sentido, até 2026, as etapas da história do Coliseu serão recriadas, “fortalecendo o diálogo entre o monumento, sua arquitetura e os materiais que ele contém ao longo de seus vários períodos de uso e reutilização”.
“A importância de renovar as exposições e atualizá-las em continuidade com a pesquisa e os estudos especializados constitui uma missão prioritária para toda instituição museológica”, explica Alfonsina Russo, diretora do Parque Arqueológico do Coliseu, destacando a importância de oferecer ao público “perspectivas sempre novas” para a visita ao monumento.
(ANSA).