Mostra no Cairo revive ligação entre Nefertari e Itália

CAIRO, 1 DEZ (ANSA) – O embaixador da Itália no Egito, Agostino Palese, e o egiptólogo mais famoso do mundo, Zahi Hawass, inauguraram no domingo (30) uma exposição que celebra a rainha Nefertari, esposa do faraó Ramsés II, e sua ligação com o país europeu no Museu Egípcio no Cairo.   

A relação entre uma das maiores personalidades femininas do Egito Antigo e arqueólogos e restauradores italianos é centenária: seu túmulo no Vale das Rainhas, na antiga Tebas, hoje Luxor, foi descoberto em 1904 pelo piemontês Ernesto Schiaparelli. Apesar de a tumba ter sido saqueada anteriormente, ela ainda conservava a múmia de Nefertari e outros objetos que hoje integram a coleção do Museu Egípcio de Turim.   

Pesquisadores italianos seguiram participando de missões sucessivas no caso, enquanto outros ainda contribuíram para a restauração das requintadas pinturas no túmulo da rainha.   

A exposição “Nefertari: Revivendo a beleza da mais bela das mulheres” traça as diversas fases do estudo, marcando a conclusão das Jornadas de Arqueologia Egípcio-Italiana, promovidas pela Embaixada, pelo Instituto de Cultura do Cairo e pelo Centro Arqueológico Italiano, em colaboração com o Conselho Egípcio de Antiguidades, o Ministério do Turismo e o Museu da Praça Tahrir, que continua a prosperar apesar da inauguração do Grande Museu de Gizé (GEM) há um mês.   

“A cooperação em arqueologia é um dos principais pilares da nossa diplomacia cultural no Egito, na qual arqueólogos e restauradores italianos continuam na vanguarda”, afirmou Palese, que além da mostra dedicada a Nefertari, também citou como exemplo a exposição “Os Tesouros dos Faraós”, em cartaz nas Scuderie del Quirinale, em Roma, e viabilizada em parceria com autoridades egípcias.   

Já para Hawass, a importância do evento em homenagem à esposa de Ramsés II se dá “porque celebra um túmulo descoberto por um italiano e restaurado por uma missão italiana”.   

“Estamos especialmente gratos a [o arqueólogo] Paolo Mora (1921-1988), que tanto ensinou aos restauradores egípcios. Estou muito satisfeito com esta oportunidade, que reúne mais uma vez especialistas italianos e egípcios”, declarou o egiptólogo à ANSA, desejando “uma colaboração cada vez maior” entre Roma e Cairo. (ANSA).