ROMA, 30 SET (ANSA) – O fotógrafo Sebastião Salgado inaugurou nesta quinta-feira (30), em Roma, a exposição “Amazônia”, que convida todos os visitantes a fazer uma “imersão total” na floresta brasileira.   

As fotografias ficarão expostas até o dia 13 de fevereiro de 2022 no Museu Nacional da Artes do Século 21, na capital da Itália, e estão divididas em duas partes: uma, dedicada ao meio ambiente e à paisagem, e outra, às populações indígenas.   

Com curadoria de Lélia Wanick Salgado, parceira de vida e obra do grande fotógrafo, a mostra apresenta ao público o apaixonado “trabalho de campo” realizado ao longo de seis anos por Salgado na Amazônia brasileira.   

Ao todo, são 200 retratos nos quais Salgado revela uma Amazônia poderosa, permitindo ao público um encontro ideal e próximo com um mundo mágico e um contato direto com a floresta e as comunidades indígenas locais.   

“Na fotografia, você precisa de total identificação e precisa do coração, senão falta tudo: tem que escolher um tema que você ama. Essas fotos nasceram porque eu estava convencido de que estava no paraíso, e eu tinha o dever de testemunhar toda aquela beleza”, afirmou Salgado, ressaltando que “é o amor a uma terra considerada sagrada, um Éden a ser protegido e celebrado”.   

Em nota, Salgado explicou que, com a mostra “Amazônia”, ele “quis recriar um ambiente em que o visitante se sentisse rodeado pela selva e pudesse mergulhar tanto em sua exuberante vegetação quanto no cotidiano das populações nativas”.   

Segundo o fotógrafo, as imagens “querem ser o testemunho de tudo o que resta deste imenso patrimônio, que corre o risco de desaparecer”. “Para que a vida e a natureza escapem da destruição e da predação, cabe a cada ser humano do planeta participar da sua proteção”, acrescentou.   

No trecho de paisagem é possível apreciar uma vista panorâmica da selva, com a Amazônia vista de cima, a força das chuvas e tempestades tropicais, as montanhas, o rio Amazonas e seus afluentes, além dos chamados rios aéreos criados pelas árvores.   

Já sobre as populações indígenas, Salgado retratou povos como os Awá-Guajá, com 450 integrantes e considerados “a tribo mais ameaçada do planeta”; os Yawanawá, que “recuperaram o controle de suas próprias terras”, e os Korubo.   

Além das imagens, a exposição é acompanhada por uma trilha sonora criada pelo compositor francês Jean-Michel Jarre, com sons gravados no local, incluindo o barulho das árvores, o grito dos animais, o canto dos pássaros e o rugido das águas que descem das montanhas.   

“Gostaria que todos estivessem ao nosso lado para proteger a Amazônia”, disse Salgado esta manhã, apresentando a exposição, para a qual foram organizadas 48 visitas, cada uma com grupos de 10 e 15 pessoas para poderem chegar a lugares nunca visitados por ocidentais.   

Produzida pela MAXXI e criada em colaboração com a Contrasto, esta será a única exposição na Itália em toda a turnê internacional. (ANSA)