Até dia 24 de novembro o público poderá visitar na Galeria Almeida e Dale a retrospectiva do pintor Milton Dacosta (1915-1988), A Cor do Silêncio, que reúne 54 obras do artista fluminense produzidas entre as décadas de 1930 e 1980. Tendo como curadora Denise Mattar, a mostra presta homenagem aos 30 anos da morte do artista que, apesar de ter seu nome ligado ao construtivismo, manteve sua independência artística, transitando entre a figuração e abstração com extrema liberdade.

A curadora, atenta à evolução gradativa de Dacosta para a abstração, mostra como se deu esse processo lento que levou o pintor à síntese, estabelecendo relações entre as obras dos anos 1930 e as do período final. Entre as primeiras estão um belo autorretrato do pintor, de 1938, quando ele, marcado pela pintura metafísica italiana (em particular Carlo Carrà), se evade para a abstração.

Esse caminho o levaria à Bienal de Veneza nos anos 1940. Nos anos 1950, Dacosta ganha o prêmio de melhor pintor nacional da 3ª Bienal de São Paulo (1955). Dos anos 1940 a galeria expõe pinturas marcadas especialmente por De Chirico, como Carrossell (1945). Dos anos 1950 a mostra tem, inclusive, uma série de composições geométricas de um cromatismo sutil. De 1960 em diante, a volta à figuração é marcada por mulheres de linhas sinuosas que, decididamente, não figuram entre os seus melhores trabalhos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.