A firma de advogados Mossack Fonseca, protagonista do escândalo conhecido como Panama Papers, pediu nesta quinta-feira “justiça efetiva” após a detenção de um técnico de informática em Genebra por supostamente vazar documentos do escritório.

O escritório panamenho informou que apresentou denúncias contra pessoas que “podem estar envolvidas no roubo de informação ocorrido na nossa empresa”, como e o caso do técnico de informática detido em Genebra.

“Confiamos plenamente nas autoridades de cada um dos países de que conduzirão os processo correspondentes de forma transparente e efetiva em todos os casos”, afirma a Mossack Fonseca.

Na quarta-feira, o porta-voz do poder judiciário na cidade suíça, Henri Della Casa, afirmou à AFP que “a procuradoria de Genebra abriu um processo judicial após uma denúncia da Mossack Fonseca”.

Segundo o jornal Le Temps, que citou uma fonte próximo ao caso, o funcionário, em prisão preventiva, é suspeito de ter subtraído uma grande quantidade de documentos do escritório da Mossack Fonseca na cidade suíça.

O homem foi preso há vários dias e os procuradores de Genebra realizaram buscas no escritório desta empresa nesta cidade, de acordo com uma fonte próxima ao caso.

Ainda de acordo com o jornal, não há nenhuma indicação de que se trate do homem apelidado de “John Doe” e que afirma ter revelado os “Panama Papers”.

Desde o início de abril, o escândalo dos Panama Papers, revelado por um consórcio de jornalistas e baseado em 11,5 milhões de documentos do escritório de advocacia Mossack Fonseca, levou à abertura de investigações em muitos países e a renúncia do primeiro ministro islandês e de um ministro espanhol.

Estes documentos revelaram a utilização em larga escala de empresas offshore para colocar ativos em paraísos fiscais.

Em 5 de abril, Mossack Fonseca disse que foi vítima de um hacker e apresentou uma denuncia sobre isso.

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