ISTAMBUL, 12 FEV (ANSA) – O número de mortos no terremoto devastador que atingiu a Turquia e a Síria na última segunda-feira (6) subiu para 33 mil, enquanto bombeiros buscam por possíveis sobreviventes quase uma semana após a tragédia.   

De acordo com dados oficiais divulgados neste domingo (12), a Turquia já contabiliza 29.605 vítimas, e a Síria, 3.574, considerando tanto as áreas sob controle do regime de Bashar al-Assad quanto as zonas rebeldes. Com isso, o número total de mortos chegou a 33.179. Hoje, um bebê de sete meses foi resgatado no distrito de Antakya, na província de Hatay, no sul da Turquia, depois de ficar preso sob os escombros por 140 horas. A informação foi revelada pela agência de notícias estatal Anadolu.   

No bairro de Nizip, na mesma província, uma menina, cuja idade não foi revelada, foi retirada dos escombros 146 horas após o terremoto. Além disso, um homem de 35 anos foi resgatado com vida por equipes turcas e romenas após 149 horas.   

Mais cedo, as autoridades turcas prenderam mais de 100 construtores nas 10 províncias afetadas pelo terremoto de magnitude 7.8 na escala Ricther. Todos são ligados a alguns dos prédios desabados e suspeitos de terem violado as normas de construção do país.   

Entre os detidos está Mehmet Yasar Coskun, responsável pela construção de um condomínio de luxo de 12 andares com 250 apartamentos na província de Hatay, que foi arrasada pelo terremoto. O homem foi preso no aeroporto de Istambul enquanto tentava deixar o país rumo a Montenegro, informou a Anadolu.   

O Ministério da Justiça autorizou cerca de 150 promotores locais a criar “unidades de investigação sobre crimes relacionados ao terremoto”. Com isso, eles poderão iniciar processos criminais contra todos os “construtores e perpetradores” do desabamento de edifícios que não cumprem os códigos existentes, introduzidos após um desastre semelhante em 1999.   

Família italiana – Parte da família Hasan, italianos de origem síria, cujos corpos foram encontrados ontem em Antioquia, vivia em Busto Arsizio, na área de Varese, na região da Lombardia, extremo norte da Itália.   

Segundo apuração dos jornais locais “La Prealpina” e “Il Giorno”, a mãe e uma das filhas teriam partido para Antioquia, na Turquia, para o nascimento de uma neta.   

Com a mãe, Shuoa Ibrahim Hasan, faleceu a filha de 17 anos que a acompanhava, a filha mais velha que as duas foram visitar, o marido desta última, um menino e outro filho.   

A mulher de 44 anos, junto com seu marido Khalid Hasan, e suas duas filhas mais velhas chegaram à cidade lombarda há cerca de 20 anos e, em Busto, Shuoa deu à luz quatro de seis filhos.   

“Minha mãe era o coração da nossa família. Não sei o que faremos sem ela”, disse o filho mais velho de Shuoa ao La Prealpina.   

“Minha mãe era uma mulher generosa, ela colocava os outros em primeiro lugar. Ela voltaria para casa no domingo como havia planejado inicialmente porque queria se dedicar à sua neta recém-nascida”, concluiu. (ANSA).