O número de mortes provocadas pela epidemia de coronavírus na China superou 1.100 nesta quarta-feira (12), mas o balanço de novos casos de contágio registrou queda pelo segundo dia consecutivo, o que aumenta a esperança de que o surto atinja o pico no fim do mês.

Autoridades chinesas anunciaram que 1.113 pessoas morreram na China continental (que exclui Hong Kong e Macau) devido à epidemia de COVID-19. O número de infectados chegou a 44.653.

A maioria das mortes e casos foi registrada na província de Hubei, que tem Wuhan como capital, o epicentro da epidemia. Quase 56 milhões de pessoas foram colocadas em isolamento nesta região.

À medida que Pequim luta para conter a epidemia, o número de pessoas infectadas em um cruzeiro na costa do Japão subiu para 174.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu que a epidemia era uma “ameaça muito grave”, ao mesmo tempo que destacou uma “oportunidade” para controlar a crise.

Trancados em casa por medo de contágio, milhões de chineses recorrem à internet para prosseguir com sua vida cotidiana, seja para o trabalho em casa, estudo à distância ou visitas virtuais a museus e exposições.

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Além de isolar Hubei, as autoridades restringiram os movimentos em outras cidades afastadas do epicentro, um esforço sem precedentes para conter o vírus.

A epidemia ameaça prejudicar consideravelmente a segunda maior economia do planeta.

– “Uma oportunidade” –

Um fato positivo é que o número de novos casos registrou queda em Hubei durante dois dias consecutivos, assim como fora desta província na última semana, informou a Comissão Nacional de Saúde da China.

“Em geral, o número de novos casos está diminuindo lentamente”, declarou Zhong Nanshan, renomado cientista que integra a comissão, em uma videoconferência com médicos de Wuhan.

“Quando acontecerá o ponto de inflexão? Não consigo afirmar. Mas acredito que estará no auge entre meados e o fim de fevereiro”, completou.

Outros especialistas, no entanto, são mais prudentes. “Temos que ver os dados muito de perto nas próximas semanas antes de fazer qualquer previsão”, disse o ministro da Saúde da Austrália, Brendan Murphy.

Em Genebra, a Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciou uma reunião excepcional de dois dias com a presença de quase 400 cientistas de todo o mundo para discutir a epidemia do novo coronavírus.

“Se investirmos agora, temos uma oportunidade realista de deter esta epidemia”, declarou o secretário-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A OMS enviou uma missão de especialistas à China, liderada por Bruce Aylward, que coordenou a luta contra o ebola.

– Contágios aumentam em cruzeiro –


Fora da China continental, o vírus matou duas pessoas, uma nas Filipinas e outra em Hong Kong. Mais de 400 casos de contaminação foram confirmados em 30 países e territórios.

Vários países proibiram a entrada de pessoas procedentes da China. As principais companhias aéreas suspenderam os voos com destino e a partir do país. O maior grupo de casos fora da China está no cruzeiro ‘Diamond Princess’, colocado em quarentena na costa do Japão.

Exames de laboratório confirmaram 39 novos contágios entre as pessoas a bordo, o que eleva a 174 o total de infectados.

A OMS está particularmente preocupada com o caso de um britânico que nunca esteve na China e foi contaminado em Singapura. Depois ele transmitiu a doença a pelo menos 11 compatriotas durante uma viagem à França, antes de ser diagnosticado no Reino Unido.

Cinco destas pessoas estão hospitalizadas na França, outras cinco no Reino Unido e um homem de 46 anos internado na ilha espanhola de Mallorca, onde reside.

– Golpe econômico –

Com o peso econômico e a posição da China nas redes de abastecimento do planeta, o vírus está afetando empresas de todos os continentes e em vários setores.

“É evidente que a epidemia terá um profundo impacto na indústria aeronáutica e na economia em seu conjunto”, afirmou Ihssane Mounir, diretor comercial da Boeing.

A empresa americana de chips Intel, o Facebook, a fabricante chinesa de telefones Vivo e a Cisco anunciaram que não participarão do Mobile World Congress em Barcelona devido ao receio provocado pelo novo coronavírus.


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