A pandemia do novo coronavírus deixou mais de 200 mil mortos no Brasil, segundo dados oficiais divulgados nesta quinta-feira (7), em um momento em que o país enfrenta um recrudescimento da doença e sem data definida para o início da vacinação.

O Ministério da Saúde registrou 1.524 mortes nas últimas 24 horas, a segunda maior cifra desde o início da pandemia, elevando o total de óbitos a 200.498, superado apenas pelos Estados Unidos.

Nas últimas 24 horas também foram reportados 87.483 contágios, um recorde absoluto desde os primeiros casos detectados em fevereiro.

A média de mortes nos últimos sete dias é de 793 diárias. Esta cifra confirma o repique da doença, pois os números haviam caído a 324 diárias em novembro depois de ter permanecido quase sistematicamente acima das mil por dia entre o começo de junho até meados de agosto.

A rápida propagação da covid-19 voltou a colocar o sistema de saúde sob pressão e os especialistas preveem que a situação piore consideravelmente devido às aglomerações maciças durante as festas de fim de ano.

Os hospitais de grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte registraram recentemente taxas de ocupação superiores a 90%.

“Não sei como vamos sobreviver esse mês de janeiro”, afirmou à AFP Paulo Lotufo, professor de Epidemiologia da Universidade de São Paulo (USP).

As advertências dos especialistas esbarram constantemente na posição do presidente Jair Bolsonaro, que se opõe às medidas restritivas em nome da salvaguarda da economia, participando de atos com apoiadores, desprezando o uso de máscaras e criticando o que chama de “histeria” sobre o coronavírus, enquanto incentiva o receio em relação às vacinas.

O agravamento atual da pandemia ocorre ainda sem que o país tenha definido uma data para o início da vacinação.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta que a imunização poderia começar “na melhor das hipóteses” antes de 20 de janeiro, mas disse que poderia ser adiada até meados de fevereiro ou início de março, devido aos processos de aprovação das vacinas.