‘Morte do Papa causa dor na Itália e no mundo’, diz Mattarella

ROMA, 21 ABR (ANSA) – O governo da Itália lamentou a morte do papa Francisco, ocorrida nesta segunda-feira (21) aos 88 anos. O presidente do país, Sergio Mattarella, recebeu a notícia da morte “com uma grande dor pessoal” e destacou os ensinamentos que o pontífice deixou.   

“A morte do papa Francisco causa dor e comoção entre os italianos e em todo o mundo”, disse o chefe de Estado italiano, afirmando estar sentindo “um grande vazio” pela perda.   

“Seu ensinamento recordava a mensagem evangélica, a solidariedade entre os homens, o dever de proximidade aos mais fracos, a cooperação internacional, a paz na humanidade”, acrescentou Mattarella, recordando seus encontros com o Papa no Quirinale.   

“Francisco sempre foi um homem de esperança convicta contra todas as dificuldades, que soube transmiti-la também nos dias de sua doença, oferecendo um exemplo a todos os que sofrem. Recordo com grande gratidão as muitas ocasiões de encontro, a sua visita ao Quirinale, os encontros históricos, os encontros não oficiais, privados, pessoais”, destacou Mattarella em mensagem em vídeo.   

Já a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, também demonstrou “profunda dor” pela perda.   

“Uma dor profunda, nos deixa um grande homem”, foram as primeiras palavras da premiê italiana logo após o comunicado da morte do pontífice.   

“Tive o privilégio de desfrutar de sua amizade, de seus conselhos e ensinamentos que nunca falharam, mesmo nos momentos de provação e sofrimento”, acrescentou Meloni, que lembrou também as meditações da Via Sacra feitas por Francisco.   

“Ele nos lembrou do poder do dom, que faz tudo florescer novamente e é capaz de reconciliar o que aos olhos do homem é irreconciliável. E pediu ao mundo, mais uma vez, a coragem de mudar de rumo, de seguir um caminho que não destrói, mas cultiva, repara, protege”, concluiu Meloni.   

Por sua vez, o vice-premiê da Itália e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, destacou que Francisco “era um homem de grande profundidade que lutou pela paz”.   

“Lembro-me de muitos encontros com o Papa, era um homem de grande profundidade, sempre lutou pela paz, pelo fim de todas as guerras no mundo”, declarou Tajani, citando ainda seu encontro com o líder católico durante o G7 em 2024, na Puglia, sul do país.   

“No G7 de Borgo Egnazia, ele falou dos riscos ligados à inteligência artificial”, contou o vice-premiê, acrescentando que já em Estrasburgo, na França, Francisco destacou a “importância da Europa”.   

O Papa “também deixou uma mensagem para nós, políticos, ao nos lembrar que o nosso trabalho é estar a serviço do povo, a serviço dos últimos, e devemos nos recordar desta missão todos os dias”, finalizou Tajani.   

Em condolência pelo falecimento do líder da Igreja Católica, o navio-escola italiano Amerigo Vespucci, que há mais de um ano tem levado o Made in Italy pelo mundo, hasteou a bandeira da Itália a meio-mastro. (ANSA).