A morte do ativista russo Alexei Navalny, de 47 anos, representa apenas a “ponta do iceberg” da repressão de Moscou contra os opositores, afirmou a relatora especial das Nações Unidas nesta sexta-feira (16) sobre a situação dos direitos humanos na Rússia.

“Por um lado era esperado, mas por outro lado foi chocante”, declarou à AFP Mariana Katzarova, pedindo uma investigação que inclua uma autópsia independente sobre as circunstâncias de sua morte.

“A situação dos direitos humanos na Rússia tem se erodido nos últimos 20 anos, mas desde a invasão em grande escala da Ucrânia há dois anos, se tornou uma repressão total”, afirmou a especialista búlgara de direitos humanos.

“A morte de Navalny é apenas a ponta do iceberg”, acrescentou.

Navalny, o crítico mais proeminente do Kremlin, morreu nesta sexta-feira em uma prisão do Ártico onde cumpria uma pena de 19 anos, segundo as autoridades russas.

Sua morte ocorre a um mês das eleições que podem consolidar ainda mais os poderes de Putin.

Katzarova supervisiona a situação dos direitos humanos na Rússia, faz recomendações e informa ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra e à Assembleia Geral da ONU em Nova York.

Embora os relatores especiais da ONU tenham mandatos do Conselho de Direitos Humanos sobre temas concretos, não falam em nome das Nações Unidas como tal.

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