WASHINGTON, 28 OUT (ANSA) – A morte de Walter Wallace Jr. por policiais na Filadélfia voltou a provocar indignação e protestos nos Estados Unidos nesta terça-feira (27).   

O homem de 27 anos, que a família informou possuir problemas mentais, foi assassinado com cerca de 10 tiros em plena rua na tarde de segunda-feira (26) e em frente a sua mãe, segundo relataram familiares à imprensa local. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ver toda a ação.   

O rapaz, visivelmente transtornado, aparece segurando uma faca na mão. A mãe tenta contê-lo, mas o homem consegue se afastar dela e grita contra dois agentes brancos. Durante o vídeo, é possível ouvir a mulher gritando para os policiais não atirarem porque seu filho tem problemas mentais. Quando Wallace Jr. dá mais alguns passos para frente, é possível ouvir diversos tiros contra o homem.   

“Eu ordenei o início de uma investigação e reconheço que o vídeo do incidente causa muitas interrogações. Os moradores têm a minha garantia de que essas perguntas serão amplamente enfrentadas na investigação. O vídeo apresenta perguntas muito difíceis, que precisam ser respondidas”, disse a comissária de polícia, Danielle Outlaw.   

O pai do rapaz, Walter Wallace, deu uma entrevista ao jornal “Philadelphia Inquirer” questionando o porquê dos policiais não terem usado uma arma do tipo taser para controlar o seu filho, já que ele não portava nenhuma arma de fogo. Ele ainda informou que o filho passava por tratamento psiquiátrico.   

Em nota, o candidato democrata à Presidência, Joe Biden, e sua vice, Kamala Harris, afirmam que “não podem tolerar que nesse país uma crise de saúde mental termine em morte” e que a vida de Wallace Jr. “importava, como muitas outras, importava pra sua mãe, para sua família, para a sua comunidade e para todos nós”.   

No entanto, Biden e Harris pediram que os protestos pela morte do homem não sejam violentos porque “nenhum nível de raiva contra injustiças reais na nossa sociedade justificam a violência”.   

As manifestações, porém, na noite desta terça-feira tiveram vários episódios de violência e dezenas foram detidos.   

O caso, a pouco menos de uma semana das eleições presidenciais, volta a por foco no movimento antirracista, que se espalhou por todo o país após o assassinato de George Floyd por policiais brancos em maio deste ano. (ANSA).