MILÃO, 7 JUN (ANSA) – O Ministério Público de Milão, norte da Itália, concluiu neste sábado (7) que a brasileira Sueli Leal Barbosa, que despencou do quarto andar de um prédio para escapar de um incêndio provocado por seu companheiro, Michael Pereira, teve “uma morte atroz, consciente” e “com sofrimento prolongado, certamente não apenas previsível, mas almejado”.
É o que observa a promotora Maura Ripamonti no pedido de validação da prisão e da medida cautelar para Pereira, brasileiro de 45 anos, contestando também o “agravante da crueldade”, além da “relação de convivência com a vítima”.
De acordo com a acusação, independentemente de a porta da frente estar trancada por fora ou inutilizável devido às chamas, Barbosa “se viu presa” no apartamento entre o parapeito da porta e “as chamas abrasadoras, o calor terrível, a fumaça negra e irrespirável”.
Para a promotora, ainda não está claro se ela pulou “voluntariamente, em uma última tentativa de se salvar”, ou se caiu porque desmaiou ao inalar a fumaça ou porque o corrimão estava “incandescente”.
Pereira, que está preso em San Vittore, foi interrogado hoje pela juíza de instrução Anna Calabi. Ao ser contestado por afirmar em seu primeiro depoimento que havia deixado o apartamento entre “23h e 23h30”, enquanto imagens de câmeras mostram que ele saiu às 0h49, ou seja, seis minutos antes do alarme de incêndio ser acionado, Pereira afirmou que “se confundiu, já que o relógio do seu apartamento estava quebrado”.
A decisão da juíza de instrução sobre o caso do brasileiro, acusado de homicídio doloso qualificado e incêndio criminoso, deve sair amanhã (8). (ANSA).