A descoberta do corpo de Ámbar Cornejo, de 16 anos, na casa do companheiro de sua mãe, abalou o Chile ao se descobrir que o suspeito do crime é um homem em liberdade condicional após uma condenação pelo assassinato da ex-mulher e do filho, em 2005.

A adolescente estava desaparecida há oito dias e, apesar de diferentes hipóteses terem sido consideradas, na quinta-feira sua mãe acabou denunciando o companheiro, Hugo Bustamante, que a teria assassinado e depois enterrado seu corpo na casa que possui em Villa Alemana, na região de Valparaíso (centro).

Assim que o caso veio à tona, os vizinhos se concentraram do lado de fora da casa da vítima para pedir justiça.

A capital, Santiago, e outras cidades do país realizaram panelaços a pedido de organizações de defesa dos direitos das mulheres e crianças, que por sua vez expressaram perplexidade por Bustamante se encontrar em liberdade.

“O assassinato de uma menina é um atentado à alma do Chile. Um crime tão hediondo como o de Ámbar dói. Como governo, vamos nos juntar a uma investigação criminal”, informou a ministra do Desenvolvimento Social, Karla Rubilar.

Ámbar Cornejo havia sido vista pela última vez em 29 de julho, na Villa Alemana, e nesta quinta-feira a Polícia de Investigação (PDI) compareceu à casa de Bustamante, que morava com a mãe da adolescente, Denisse Llanos.

Desde 2016, Hugo Bustamante estava em liberdade condicional, tendo cumprido 11 dos 27 anos de prisão pelo assassinato de sua então companheira e seu filho de 9 anos, em 2005.

“Não é aceitável que um criminoso que matou, não uma, mas duas vezes, esteja livre”, afirmou o porta-voz do governo, Jaime Bellolio.