O ator britânico Terence Stamp, vilão de “Superman” e estrela de “Priscilla, a Rainha do Deserto”, morreu aos 87 anos, anunciou sua família neste domingo (17).
“Ele deixa uma obra extraordinária, tanto como ator quanto como escritor, que continuará a comover e inspirar as pessoas por muitos anos”, afirmou sua família. “Pedimos privacidade neste momento de tristeza.” A causa da morte ainda não foi revelada.
Stamp nasceu em 1938 no East End de Londres, filho de um operário portuário e sobreviveu aos bombardeiros da Segunda Guerra Mundial. Antes de abandonar a escola para trabalhar, o britânico atuou em publicidade.
Uma bolsa de estudos teatrais mudou a sua trajetória e o levou ao estrelato nos anos de 1960, quando se tornou um dos rostos mais famosos do cinema britânico.
Nos efervescentes anos 1960, Stamp não era apenas um ator respeitado, mas um verdadeiro ícone de estilo. Sua beleza marcante e elegância refinada o transformaram no rosto da cultura pop londrina. Também formou um dos casais mais glamourosos da época com Julie Christie, sua parceira em Longe Deste Insensato Mundo (1967), e teve relacionamentos célebres com a supermodelo Jean Shrimpton.
Após perder a disputa para ser James Bond, Stamp partiu para a Itália, onde trabalhou com mestres como Federico Fellini e Pasolini em Teorema (1968). Um período de retiro espiritual na Índia, estudando ioga e filosofias orientais, antecedeu sua consagração como um dos vilões mais memoráveis do cinema: o megalomaníaco General Zod.
Depois, sua versatilidade se manifestou plenamente em Priscilla, a Rainha do Deserto, onde sua interpretação corajosa de uma mulher transgênero demonstrou sua capacidade de reinvenção artística. Foi aqui que se tornou um símbolo que transcendeu gerações.
Outro grande destaque na carreira é o empolgante O Estranho (1999), de Steven Soderbergh. Talvez um dos filmes mais maduros da carreira de ambos – Stamp e Soderbergh. Uma pena, porém: o ator acabou diminuindo o ritmo nos anos 2000, sendo chamado para papéis cada vez mais duvidosos, indo desde A Filha do Chefe (2003), Elektra (2005) e Mansão Mal-Assombrada (2003).
Até possui alguns bons filmes após os anos 2000, como Operação Valquíria (2008), Os Agentes do Destino (2011) e títulos de Tim Burton, mas eles soam como exceção, não regra. Sua última aparição nas telonas foi com uma participação especial em Noite Passada em Soho (2021), de Edgar Wright. Depois disso, Terence Stamp ficou recluso, deixando com o público apenas a imagem que conseguiu cristalizar no auge de sua carreira.
*Com informações do Estadão Conteúdo