PALERMO, 19 SET (ANSA) – Um dos maiores chefes da organização mafiosa italiana Cosa Nostra, Salvatore Profeta, morreu na noite desta terça-feira (19) após sofrer um infarto na província de Udine, no norte da Itália, onde cumpria pena de oito anos e dois meses em um presídio de segurança máxima por associação mafiosa, extorsão e roubo.   

Profeta estava entre os homens mais próximos a Stefano Bontade, que foi chefe da organização antes do domínio dos Corleone. Foi ele que, depois do assassinato de Bontade, em 1981, durante a “guerra” desencadeada por Totò Riina contra o “clã perdedor”, que tomou as rédeas da família Santa Maria di Gesú, uma das mais poderosas de Palermo.   

Profeta rapidamente tomou o poder da Cosa Nostra, que mantinha seu quartel general na Guadagna, um dos os maiores mercados do tráfico de drogas na capital da Sicília, Palermo. Ele foi envolvido no massacre da Via D’Amelio, em que, em 1992, foram mortos o juiz Paolo Borsellino e seus seguranças por um atentado a bomba no carro do magistrado.   

O cunhado do chefe, Vincenzo Scarantino, o acusou de ser o mandante do crime, coordenando o furto do carro do juiz e a instalação de explosivos no veículo. Pelo crime, ele chefe foi condenado à prisão perpétua, juntamente com outros seis comparsas, por homicídio. Em 2011, ele teve a pena revista após a delação de um dos criminosos, Gaspare Spatuzza, que desmentiu a versão de Scarantino, que teria admitido ter inventado história após ter sido colocado sob pressão por alguns investigadores.   

Spatuzza disse que furtou o carro a mando de outro mafioso, Guiseppe Graviano, e explicou detalhadamente todas as fases sucessivas ao furto e a preparação do carro.   

“Profeta não era somente um chefe reconhecido, mas também posava com tal”, afirma o ex-procurador adjunto de Palermo, Leonardo Agueci. “Ele escolheu como escritório um bar na praça principal da cidade e todos os dias recebia pessoas, distribuía ajuda e favores para fortalecer o controle do território”, acrescentou. No dia de sua prisão, há três anos, muitas pessoas foram às ruas para cumprimentar o velho chefe que voltaria à prisão. (ANSA)

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