30/12/2021 - 13:28
NÁPOLES, 30 DEZ (ANSA) – Morreu nesta quinta-feira (30), aos 86 anos de idade, Assunta “Pupetta” Maresca, primeira mulher reconhecida como líder de um clã da máfia Camorra.
Maresca faleceu em sua casa em Castellammare di Stabia, na província de Nápoles, berço de um dos grupo criminosos mais famosos da Itália.
Ela era viúva do líder mafioso Pasquale Simonetti, mais conhecido como “Pascalone e’ Nola”, assassinado em julho de 1955. Em outubro daquele mesmo ano, Pupetta, que estava grávida de seis meses, matou Antonio Esposito, seu padrinho de matrimônio e tido como mandante do homicídio do marido.
Condenada a 13 anos e quatro meses de cadeia, ela deu à luz seu primeiro filho na cadeia e foi perdoada após uma década em regime fechado. Em 1967, foi protagonista de um filme inspirado em sua própria vida, “Delitto a Posillipo”, de Renato Parravicini.
Pupetta também foi acusada de ser mandante do assassinato de Ciro Galli, homem de confiança de Raffaele Cutolo, o poderoso líder da “Nova Camorra Organizada” (NCO), grupo que buscava unificar a máfia napolitana sob seu poder.
Em fevereiro de 1982, em plena guerra entre a NCO e a facção rival Nova Família, Pupetta convocou uma coletiva de imprensa para ameaçar Cutolo abertamente. “Se por ‘Nova Família’ se entende todas as pessoas contrárias ao superpoder deste homem [Cutolo], então me considero afiliada a essa organização”, disse na ocasião.
A conturbada vida da mafiosa também foi tema de uma minissérie protagonizada por Manuela Arcuri, “Pupetta – Il coraggio e la passione”. (ANSA).