O.J. Simpson, o ex-astro do futebol americano da NFL cuja absolvição em 1995 no chamado “julgamento do século” pelos assassinatos brutais de sua ex-esposa e de um amigo dela chocou o mundo, morreu aos 76 anos, anunciou sua família nesta quinta-feira (11).

“No dia 10 de abril, nosso pai, Orenthal James Simpson, sucumbiu à batalha contra o câncer”, escreveu sua família na rede social X.

“Ele estava cercado por seus filhos e netos. Durante esse período de transição, sua família pede que respeitem seus desejos de privacidade e graça”, dizia a mensagem.

Simpson nasceu em 9 de julho de 1947 em San Francisco. Seu pai abandonou a família quando ele tinha cinco anos de idade, deixando-o sob os cuidados da mãe em um lar muito pobre. Suas pernas foram deformadas por raquitismo devido à falta de vitaminas e cálcio.

Sem dinheiro para pagar uma operação, sua mãe o obrigou a usar aparelhos ortopédicos grosseiros e a calçar sapatos nos pés opostos para fortalecer as pernas.

O método funcionou tão bem que ele conseguia correr 100 jardas (91,4 m) em 9,9 segundos. Ele chegou à NFL, onde ganhou o Troféu Heisman em 1968 e, em 1973, o prêmio de Jogador Mais Valioso. Em 1985, ele foi incluído no Hall da Fama da NFL.

O.J. Simpson era considerado um deus nos Estados Unidos e sua fama não diminuiu quando ele pendurou as chuteiras e entrou para o mundo do entretenimento. Mas o assassinato de sua ex-esposa Nicole Brown Simpson e de um amigo, Ron Goldman, o levou do Olimpo para o banco dos réus em 1994, no chamado “julgamento do século”.

O júri o considerou inocente, embora mais tarde ele tenha sido considerado culpado em um tribunal civil e condenado a pagar US$ 33,5 milhões (R$ 170 milhões na cotação atual) em indenizações, uma conta que ele nunca pagou.

Simpson não conseguiu evitar a prisão quando foi detido em Las Vegas em 2007 por sequestro e assalto à mão armada a dois colecionadores de objetos esportivos. Ele passou nove anos na prisão e foi libertado em 2017.

Durante esse período, o fascínio por sua figura não diminuiu totalmente. “O.J.: Made in America”, um trabalho de quase oito horas sobre o julgamento de seu assassinato, ganhou o Oscar de melhor documentário em 2017.

E “The People v. O.J. Simpson: American Crime Story”, uma minissérie de TV estrelada por Cuba Gooding Jr como o ex-astro, ganhou vários prêmios Emmy em 2016.

Em 9 de fevereiro deste ano, Simpson publicou um vídeo no X negando relatos de que estava recebendo cuidados paliativos.

Ao transmitir do banco do motorista de um carro, ele disse: “Você está falando de um centro de cuidados paliativos?!” “Não, não estou em nenhum centro”, disse ele, rindo.

“Não sei quem colocou isso aí (…) Acho que é como Donald (Trump) diz: ‘Não se pode confiar na mídia’.” “De qualquer forma, estou recebendo um grupo de amigos para o Super Bowl aqui em Las Vegas. Está tudo indo bem. Então, pessoal, cuidem-se e tenham um bom Super Bowl.”

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