O escritor húngaro Peter Esterhazy morreu nesta quinta-feira, aos 66 anos, devido a um câncer no pâncreas, sobre o qual falou em sua última obra, anunciou seu editor, citado pela agência de notícias húngara MTI.

Krisztian Nyary, diretor da editora Magveto, indicou que o escritor faleceu à tarde.

Esterhazy inaugurou em junho a feira de livros de Budapeste, onde apresentou sua última obra, “Journal intime du pancréas” (Diário do pâncreas, em tradução literal), no qual mencionou sua luta contra a doença que acabou por lhe tirar a vida.

Nascido em Budapeste no dia 14 de abril de 1950, Peter Esterhazy cresceu em uma família aristocrática que teve seus bens tomados em 1948 após a o Partido Comunista ganhar o poder.

Foi estudante de Matemática e trabalhou durante quatro anos – de 1974 a 1978 – no instituto de informática do Ministério da Indústria antes de se dedicar exclusivamente à literatura.

Sua obra mais importante é “Harmonia Caelestis” (2000) em que conta a história de sua família, de seus ancestrais na época do império austro-húngaro até a perseguição pela ditadura comunista.

Em 2005, com o título “Revu et corrigé” (Revisto e Corrigido, em tradução livre), publicou uma nova versão de “Harmonia Caelestis” ao descobrir que seu pai havia sido um informante da polícia política durante a época comunista.

Considerado como a personalidade mais importante “da nova prosa húngara”, Esterhazy deixa uma obra caracterizada por sua diversidade estilística e seus experimentos formais, uma prosa “cheia de vida” segundo o escritor americano John Updike.