Zarco Aldinever, considerado número dois da Segunda Marquetalia, dissidência das Farc suspeita no assassinato do presidenciável colombiano Miguel Uribe, morreu nas mãos de rebeldes rivais do ELN em território venezuelano, informou o ministro da Defesa, Pedro Sánchez, nesta segunda-feira (11).
A Segunda Marquetalia, liderada pelo ex-negociador Iván Márquez, retomou as armas após a assinatura do acordo de paz de 2016. Segundo a inteligência militar, a organização é composta por cerca de dois mil combatentes.
“O ELN matou Zarco Aldinever em território venezuelano muito próximo da fronteira colombo-venezuelana. As razões, como em todo cartel, foram disputas pelo narcotráfico. Ao que parece, eles mesmos roubaram uma carga de cocaína, e foi declarada uma luta criminosa entre cartéis”, explicou o ministro Sánchez em uma coletiva de imprensa em Bogotá.
O ministro não especificou quando ocorreu a morte de Aldinever, cujo nome de registro era José Manuel Sierra, embora, segundo o centro de pesquisas Insight Crime, tenha sido no início de agosto.
O senador Uribe, de 39 anos, pré-candidato à Presidência, morreu nesta segunda-feira após passar dois meses hospitalizado em uma unidade de cuidados intensivos e ser submetido a múltiplas cirurgias após o brutal atentado a tiros de que foi vítima durante um ato de campanha em Bogotá.
Seis pessoas estão detidas pelo ataque que matou Aldinever, incluindo o atirador de 15 anos que fez dois disparos conta a cabeça de Uribe.
“As conclusões que obtivemos no campo da inteligência apontam para uma conexão muito importante entre os autores deste assassinato e (…) o cartel da Segunda Marquetalia”, declarou o ministro da Defesa.
Segundo a Insight Crime, Sierra entrou para a então guerrilha das Farc em 1990, quando tinha 14 anos.
Após assinar o acordo de paz, ressurgiu em 2019 vestindo roupas camufladas e com um fuzil juntamente com outros rebeldes em um vídeo no qual o grupo anunciava a retomada das armas como Segunda Marquetalia. Ao lado o líder histórico Iván Márquez, alegaram descumprimentos com o que foi pactuado pelo Estado.
A morte de Uribe, favorito da direita para as eleições presidenciais de 2026, reabre feridas em um país sacudido pela violência e pelos atentados contra políticos nas décadas de 1980 e 1990.
O governo do presidente colombiano, o esquerdista Gustavo Petro, iniciou diálogos de paz com a Segunda Marquetalia em meados de 2024 na Venezuela, mas atualmente as conversas estão suspensas por de avanços.
Sierra era peça-chave dos dissidentes no tráfico de cocaína nos departamentos de Meta, Cundinamarca e Boyacá, no centro do país.
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