A presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciou nesta terça-feira (30) a morte de um cidadão mexicano que ficou ferido na semana passada em um ataque armado contra um centro de detenção de imigrantes no sul dos Estados Unidos, elevando para dois o número de mortos no caso.
A vítima fatal foi identificada como Miguel Ángel García Hernández, de 31 anos, segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês) e a Liga de Cidadãos Latino-Americanos Unidos (LULAC, na sigla em inglês).
García “faleceu em 30 de setembro devido aos ferimentos sofridos quando um atirador abriu fogo contra as instalações do ICE [sigla em inglês para Serviço de Imigração e Alfândega] em Dallas, direcionados a agentes federais”, disse um porta-voz do DHS à AFP.
Segundo as autoridades locais, García entrou há vários anos ilegalmente nos Estados Unidos e tinha condenações por não se identificar adequadamente e por apresentar documentação falsa. Ele também havia sido acusado de dirigir embriagado.
O cidadãp mexicano foi colocado sob custódia do ICE em 24 de setembro, horas antes do ataque.
“Meu marido Miguel era um bom homem, um pai carinhoso e o provedor da nossa família”, disse sua esposa Stephany Gauffeny, citada pela LULAC.
Em sua habitual coletiva de imprensa matinal, Sheinbaum acrescentou que seu governo apresentou uma carta diplomática “exigindo que seja feita uma investigação aprofundada” e detalhou que deram suporte à mãe do falecido para que pudesse estar nos Estados Unidos.
“Se quiserem apresentar uma denúncia, daremos todo o apoio”, declarou.
– Primeira vítima –
A primeira vítima morta foi identificada na segunda-feira como Norlan Guzmán Fuentes, um salvadorenho de 37 anos.
O ICE afirmou que ele tinha antecedentes por agressão, ataque com arma letal, direção em estado de embriaguez e danos à propriedade, mas que as acusações de agressão e ataque haviam sido retiradas ou rejeitadas.
Um terceiro detido também ficou ferido.
O ataque ao centro de detenção em Dallas, Texas, foi perpetrado por um americano de 29 anos chamado Joshua Jahn, que atirou de um telhado próximo e depois cometeu suicídio.
De acordo com a promotoria, o objetivo de Jahn era “aterrorizar” os agentes do ICE, os principais responsáveis por cumprir a promessa do presidente Donald Trump de deter e expulsar milhões de imigrantes sem documentos.
O papel do ICE gerou fortes críticas da oposição democrata e de setores da esquerda pelo uso de agentes armados e mascarados para realizar rondas em locais públicos contra imigrantes sem documentos.
O DHS afirma que os ataques contra o ICE aumentaram 1000% desde o início das rondas policiais, no início do segundo mandato de Trump.
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