Morre Koyo Kouoh, curadora da próxima Bienal de Veneza

VENEZA, 11 MAI (ANSA) – A curadora Koyo Kouoh, nomeada em dezembro passado como a primeira curadora de origem africana da Bienal de Veneza, que está programada para 2026, morreu aos 57 anos.   

A informação foi anunciada no último sábado (10) em breve comunicado divulgado pela própria Bienal, que se disse “chocada ao saber do falecimento repentino e prematuro de Koyo Kouoh”.   

“Sua morte deixa um imenso vazio no mundo da arte contemporânea e na comunidade internacional de artistas, curadores e acadêmicos, que apreciaram seu extraordinário compromisso intelectual e humano”, acrescentou a instituição cultural Ca’ Giustinian.   

O museu Zeitz Mocaa, na Cidade do Cabo, onde ela era diretora executiva e curadora-chefe reforçou que a morte foi repentina, e não divulgou detalhes da causa.   

Natural de Camarões, Kouoh foi indicada para liderar a próxima Exposição de Veneza pelo conselho de administração da Bienal, em dezembro de 2024. A apresentação do título e do tema da 61ª mostra estava prevista para 20 de maio. Um projeto no qual a africana já havia trabalhado nos últimos meses “com paixão, rigor e visão”.   

“Toda a Bienal de Veneza exprime as suas mais sinceras condolências à sua família, amigos e a todos aqueles que partilharam com ela uma jornada de pesquisa e pensamento crítico sobre arte contemporânea”, conclui a nota.   

Na ocasião da nomeação de Kouoh, os organizadores destacaram que a decisão era “o reconhecimento de um amplo horizonte de visão no alvorecer de um dia repleto de novas palavras e olhares”, enfatizando que “sua perspectiva como curadora, acadêmica e figura pública influente encontra-se com as inteligências mais refinadas, jovens e disruptivas”.   

Após o anúncio da morte, o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, vice-presidente da Fundação Bienal, expressou suas condolências e disse que isso o “afetou e o entristeceu profundamente”.   

“Ela não era apenas uma grande artista e uma mente brilhante no cenário internacional, mas também uma mulher capaz de ouvir, de construir pontes entre culturas distantes”, acrescentou.   

Brugnaro relembrou ainda que todos acolheram “com entusiasmo sua nomeação como curadora da Bienal de Arte 2026, certos de que ela traria uma visão nova e criativa, em sintonia com o espírito do evento”.   

“Em meu nome e em nome da Administração Municipal, expresso minhas mais sinceras condolências à sua família, amigos e a todos aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-la e trabalhar com ela. Consultarei o presidente Pietrangelo Buttafuoco e a diretoria para que seu exemplo extraordinário continue sendo uma inspiração e um estímulo para a Bienal de Arte 2026”, concluiu o prefeito italiano. (ANSA).