Jorge da Cunha Lima, escritor e jornalista, morreu nesta quarta-feira, 17, em São Paulo, aos 90 anos. Nome importante no movimento das Diretas Já e defensor da TV pública, ele foi presidente da Fundação Padre Anchieta por quase uma década e secretário de Cultura de São Paulo, além de ter publicado livros como Mão de Obra, Véspera de Aquarius, Jovem K e Troia Canudos.

O corpo de Jorge da Cunha Lima será velado no Funeral Home, em São Paulo, até as 17h.

Nascido em São Paulo no dia 10 de outubro de 1931, descendente de barões do café, Jorge da Cunha Lima se formou em Jornalismo e Direito pela Universidade de São Paulo. Depois de uma passagem pela empresa da família, ele foi convidado, aos 23 anos, para ser o subchefe da Casa Civil.

Com forte atuação na campanha das Diretas Já, quando coordenou os comícios, Cunha Lima foi secretário da Cultura e da Comunicação no governo Franco Montoro (1983-1987). Como jornalista, foi ainda diretor do jornal Última Hora em São Paulo, onde também assinou a coluna Pauliceia Desvairada. Em 1958, ele fundou, com José Celso Martinez Corrêa e outros, o Teatro Oficina.

Nos anos 1980, entre 1987 e 1989, foi presidente da Fundação Cásper Líbero e diretor da TV Gazeta. Entre 1995 e 2004, presidiu a Fundação Padre Anchieta e a TV Cultura. Nesse período, a programação infantil da emissora foi fortalecida. Foi nessa época que surgiram programas como Cocoricó e Ilha Rá-Tim-Bum.

Foi ainda colaborador de revistas como Manchete e de jornais como o Estadão e a Folha de S.Paulo.

Jorge da Cunha Lima criou e presidiu a Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais (ABEPEC) e fez parte de conselhos e diretorias de importantes instituições culturais, como a Fundação Bienal de São Paulo e Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP). Foi também vice-presidente do Instituto Itaú Cultural e chegou a integrar o conselho administrativo da instituição.