Ele ficou conhecido como o tímido e claustrofóbico Oscar Lindquist do musical Sweet Charity, seu primeiro grande sucesso na Broadway há 50 anos, ao lado de Gwen Verdon, sob a direção de Bob Fosse, que depois o levaria a Hollywood para atuar na versão cinematográfica da peça. Na quarta-feira, 6, em Manhattan, o silêncio se impôs e John McMartin morreu, aos 86 anos, vítima de câncer, segundo divulgou sua companheira Charlotte Moore, diretora artística do Irish Repertory Theater.

McMartin era considerado o ator favorito do libretista e compositor Stephen Sondheim, que o escalou para o principal papel do musical Follies, um de seus maiores êxitos. E não só de Sondheim, mas de Bob Fosse e do produtor e diretor Harold Prince. Ele representou o bêbado Vino de A Funny Thing Happened on the Way to the Forum e foi o narrador de Into the Woods, ambos musicais escritos por Sondheim, papel que lhe garantiu a quinta indicação para o cobiçado prêmio Tony, o Oscar do teatro americano (ele não ganhou nenhum).

Sondheim ofereceu ao ator, em 1974, o papel de Benjamin Stone no musical Follies, um bem sucedido homem de negócios em dúvida se fez a escolha certa na vida, expressa na canção The Road You Didn’t Take, para a qual emprestou sua clara voz de barítono. Discreto e com rosto confiável, era frequentemente lembrado para papéis de patriarca. Sua derradeira interpretação foi como um senador da Georgia na peça All the Way, montada há dois anos.

McMartin não fez apenas musicais. Foi dirigido por Harold Prince na montagem de The Great God Brown, de Eugene O’Neill, e também na peça de Dürrenmatt, A Visita. Com Prince participou também de uma remontagem do musical Showboat, em 1994. No cinema, sua participação foi pequena. Seus papéis memoráveis foram como o editor do jornal Washington Post em Todos os Homens do Presidente (1976) e como o homem de negócios e filantropo Huntington Hartford em O Relatório Kinsey (2004).


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