Morre Jannis Kounellis, mestre da ‘Arte Povera’

Morre Jannis Kounellis, mestre da

O artista grego baseado na Itália Jannis Kounellis, o maior representante da chamada “Arte Povera” (Arte Pobre), faleceu a quinta-feira em Roma aos 80 anos, informou o ministro da Cultura italiano nesta sexta-feira.

Considerado um dos artistas mais importantes do século XX por sua concepção original de transformar objetos cotidianos e lixo em obras de arte, Kounellis foi também um personagem engajado politicamente.

“É um dia triste, Kounellis nos deixou. Um mestre, italiano por adoção, que deixou uma marca na arte contemporânea”, disse o ministro da Cultura da Itália, Dario Franceschini, no Twitter.

Nascido em Pireu, na Grécia, em 1936, o chamado “Goya da arte contemporânea” morava na Itália desde seus 20 anos.

O artista se destacou pelas suas críticas à arte dos anos 1960 – principalmente a Pop Art – e pelo uso de materiais como terra, troncos, camas, portas, janelas, facas e animais vivos e mortos em suas obras.

Entre suas primeiras exposições, que o levaram à fama mundial, se destacou a dos doze cavalos vivos expostos como quadros em uma galeria de Roma em 1969, uma “performance” que suscitou controvérsia entre os artistas.

Em março do ano passado, encheu os salões da Casa da Moeda de Paris, com obras novas e velhas, entre elas vários berços de metal, uma jaula com seis ratos vivos e caixas que se incendiavam duas vezes por dia. Em uma sala, expôs uma série de grandes facas de açougueiro penduradas em ganchos.

Suas obras foram expostas nos museus mais importantes do mundo, entre eles o Tate Museum Gallery de Londres, o Guggenheim de Nova York, o Reina Sofía de Madri e a Bienal de Veneza.

Contrário à comercialização da arte, Kounellis introduziu o que hoje se conhece como instalação, e propunha uma arte mais criativa e espontânea.

A Arte Povera – um movimento radical que desafiou o status quo – surgiu na década de 1960, durante um período de revolta social na Itália.

Apelidado “arte pobre” como um protesto anti-elitista contra o consumismo, o movimento colocou a Itália na vanguarda da cena artística internacional.