Morre Hélio Delmiro, referência do jazz no Brasil, aos 78 anos

Hélio Delmiro, referência do jazz no Brasil, morreu nesta segunda-feira, 16, aos 78 anos. O guitarrista e violonista carioca era diabético e estava internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo. A notícia foi confirmada pela filha do músico pelas redes sociais. A causa da morte não foi divulgada.

No ano passado, após passar mal em um show em São Paulo, artista foi diagnosticado com problema renais que exigiam hemodiálise.

Delmiro integrou a banda de Elis Regina e gravou com vários nomes importantes da música brasileira, como Clara Nunes, João Bosco, Elizete Cardoso, João Donato, Carlos Lyra, Renato Russo, Tom Jobim, entre outros.

Delmiro iniciou as atividades musicais aos 14 anos. Em 1967, ele atuou, ao lado de Antônio Adolfo (piano), Gusmão (baixo), Nelsinho (bateria) e os cantores Eduardo Conde e Beth Carvalho, no Conjunto 3-D. Nessa época, dedicou-se à pesquisa do jazz e da técnica erudita, tornando-se bastante requisitado nos estúdios de gravação.

Em 1974, Delmiro participou, em Los Angeles, da gravação do LP Elis e Tom, clássico da MPB.

Tocou durante quatro anos com Milton Nascimento, com quem participou do Festival de Montreux. Atuou na gravação de vários discos de Milton, como Caçador de Mim e Milton ao Vivo.

Em 1977, gravou com Sarah Vaughan o álbum O Som Brasileiro.

Seu álbum, Samambaia (1981), concebido ao lado do pianista César Camargo Mariano, é considerado um marco da música instrumental no Brasil.

Em 1999, o músico viajou para a Califórnia (EUA), onde se apresentou no espaço The Jazz Bakery, ao lado de Clare Fischer. Nesse mesmo ano, lançou com ela o álbum Symbiosis, gravado nos EUA.

Seu último registro musical, Certas Coisas, gravado com o cantor Augusto Martins, foi lançado em maio deste ano. “Uma honra infinita… Vá em paz meu amigo”, escreveu Martins em uma postagem na noite desta segunda-feira.