SÃO PAULO, 8 AGO (ANSA) – O cantor e compositor carioca Arlindo Cruz, um dos maiores nomes nacionais do samba, morreu nesta sexta-feira (8) aos 66 anos. Ele estava internado desde março no Rio de Janeiro para tratar uma bactéria resistente em decorrência de uma pneumonia.
A informação foi confirmada por sua família nas redes sociais.
Arlindo “foi um poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria, que dedicou sua vida a levar música e amor a todos que cruzaram seu caminho. Sua voz, suas composições e seu sorriso permanecerão vivos na memória e no coração de milhões de admiradores”, diz comunicado dos familiares, acrescentando que ele “parte deixando um legado imenso para a cultura brasileira e um exemplo de força, humildade e paixão pela arte”.
“Que sua música continue ecoando e inspirando as próximas gerações, como sempre foi seu desejo”, conclui a nota.
Em 2017, Arlindo teve um AVC enquanto tomava banho, passando a lidar com diversas sequelas causadas pelo derrame. Em julho, sua esposa, Babi Cruz, contou que o cantor já não respondia mais a estímulos, dizendo que ele estava “cada vez mais distante”.
Criado no bairro de Madureira, berço do samba, Arlindo começou a tocar cavaquinho ainda criança, influenciado pelo pai e pela vibrante cena musical local. Após a formação, tornou-se figura de destaque no grupo Fundo de Quintal, inovando o samba com sonoridades mais ricas e refinadas.
Autor de centenas de músicas, interpretadas por grandes nomes da cena musical, como Zeca Pagodinho e Beth Carvalho, ajudou a consolidar o pagode como expressão popular. Intimamente ligado à escola de samba Império Serrano, foi homenageado como tema do desfile do Carnaval de 2023.
A escola de samba publicou uma homenagem ao sambista.
“Arlindo Cruz é parte da alma do Império Serrano. Compositor genial, cantor de voz marcante e sambista de coração inteiro, ele escreveu páginas inesquecíveis da nossa história”, disse a Império Serrano, antes de concluir: “Descanse em paz, poeta. O Império Serrano te reverencia hoje e sempre. Seu nome, sua música e sua história jamais serão esquecidos. Obrigado por tudo, Arlindo Cruz”. (ANSA).