Historiador, curador e crítico, o italiano Germano Celant morreu nesta quarta-feira, 29, em Milão, aos 80 anos, vítima do coronavírus. Ele estava internado no Hospital San Raffaelle por causa da Covid 19 e foi vítima de complicações da doença agravadas pela idade. Celant, que era diretor artístico da Fondazione Prada, foi um dos mais influentes homens da arte italiana dos anos 1960, tendo cunhado o termo ‘arte povera’, movimento que reuniu grandes artistas como Mario Merz e Jannis Kounellis em torno do conceito de usar materiais simples (sacos de aniagem, jornais velhos, feltro) e até rudimentares (trapos) na confecção de peças, em contraposição aos materiais nobres usados pelos artistas do mainstream (como mármore na escultura ou pintura a óleo nas telas).

A arte povera teve dois núcleos: um em Roma (do qual Kounellis era membro) e outro em Turim, no qual se destacaram Mario Merz e Pistoletto. Nos anos finais da década de 1960, ele organizou pelo menos três exposições dos artistas do movimento. Nos anos 1960 ele assinou o catálogo raisonneé do controvertido artista conceitual Piero Manzoni (1933-1963), conhecido por ter enlatado excrementos de artista (os dele próprio) e vender como arte.

Curador da Bienal de Veneza em 1997, Celant organizou diversas exposições importantes no século 20, entre elas uma memorável, em Gênova (em 2004), Arte e Arquitetura. Colaborador de revistas de arte, ele realizou também uma mostra histórica em Veneza, em 2012, The Small Utopia, Ars Multiplicata, que fornecia ao visitante uma mostra das reproduções de obras de arte emblemáticas de Duchamp, Warhol e outros artistas.