Morreu na manhã desta sexta-feira (25) o advogado, jornalista e empresário José Hawilla, também conhecido como J. Hawilla, informa o G1. Ele tinha 74 anos e estava internado desde segunda-feira (21) em São Paulo com problemas respiratórios.

Hawilla começou sua carreira profissional como jornalista esportivo na década de 1960. Na década de 1980, Hawilla comprou a empresa Traffic e a transformou em uma das maiores companhias de eventos esportivos do Brasil. Ao longo dos anos, Hawilla estreitou relações com Ricardo Teixeira, José Maria Marin e outros executivos do mundo do futebol.

Corrupção no futebol

Hawilla foi um dos empresários atingidos pelo escândalo de corrupção na FIFA, revelado em 2013. Naquele ano, ele foi preso nos Estados Unidos e ficou em regime de prisão domiciliar por 5 anos. Por meio de um acordo de delação premiada, Hawilla concordou em pagar cerca de US$ 150 milhões ao governo dos Estados Unidos e obteve o direito de retornar ao Brasil no início deste ano.

Os depoimentos de Hawilla nos processos de corrupção na FIFA foram peças fundamentais na condenação de José Maria Marin, ex-presidente da CBF, que atualmente cumpre pena em um presídio nos Estados Unidos. Os depoimentos de Hawilla também resultaram no banimento do ex-presidente da CBF Marco Polo Del Nero. Ele havia sido afastado da presidência da CBF no fim do ano passado e, no início deste mês, foi proibido pela FIFA de ocupar qualquer cargo em clubes ou associações esportivas.

Em um de seus depoimentos, em dezembro de 2017, Hawilla revelou que pagou cerca de R$ 60 milhões em subornos para diversas autoridades do futebol para garantir os direitos de transmissão das Copas Américas de 2007, 2011 e 2015. “Eu cometi um erro e me arrependo muito disso”, afirmou o empresário.