Morreu neste domingo, 28, a atriz Ruth de Souza. Ela tinha 98 anos e  estava internada no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Copa D’Or, no Rio.

Artistas conscientes de sua admirável negritude, como o casal Lázaro Ramos/Taís Araújo, com toda certeza sabem disso, mas não custa lembrar. Ruth Pinto de Souza, ou simplesmente Ruth de Souza, fez história e foi decisiva para o reconhecimento do artista negro no Brasil. Foi a primeira a subir ao palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e numa peça de Eugene O’Neill, O Imperador Jones. Ruth foi pioneira no Teatro Experimental do Negro. Em 1948, estreou no cinema num papel de Terra Violenta, adaptado do romance Terras do Sem Fim, de Jorge Amado.

Em 1959, foi tão marcante em Oração para Uma Negra, de William Faulkner, de novo no teatro, que ganhou uma bolsa de um ano da Fundação Rockfeller para estudar nos EUA. Voltou de lá mais consciente ainda, numa época em que os negros norte-americanos começavam a se mobilizar na luta por direitos civis.

Ruth de Souza fez muita novela – e algumas pertencem à história. O Bem AmadoOs Ossos do BarãoO Rebu. O último papel de sua vida na minissérie Se Eu Fechar os Olhos Agora. Fez muito cinema também, e participou de obras seminais como A Morte Comanda o CangaçoO Assalto ao Trem PagadorAs CariocasO Homem Nu. Nasceu no Rio, mas criou-se numa fazenda de Minas Gerais.

A atriz atuou em dezenas de programas na televisão, desempenhando o último papel de sua vida na minissérie Se eu fechar os olhos agora, exibido pela Globo este ano.

Aqui, homenagem a essa grande atriz brasileira, que certamente deixou sua marca na cultura brasileira. Não houve racismo nem preconceito capaz de tirar o brilho dessa mulher.