A Prefeitura de Campinas (SP) confirmou a morte de Heleno Severo Alves, de 84 anos, um dos baleados durante o ataque na Catedral Metropolitana, na terça-feira. Ele estava internado no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, onde passou por cirurgia após ser ferido por dois disparos nas regiões do tórax e abdômen. [posts-relacionados]

Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, autor dos disparos, tirou a própria vida depois balear os fiéis que estavam rezando na igreja. Outros quatro fiéis morreram na igreja.

Registros das câmeras de segurança da Central de Monitoramento de Campinas (CinCamp) mostram o momento em que o agressor se levanta de um dos bancos, nas últimas fileiras da igreja, vira-se em direção às pessoas e começa a atirar. Em seguida, dois agentes da Guarda Municipal entram na igreja e perseguem o atirador. As imagens não mostram depois deste momento.

Atirador

Euler foi servidor concursado do Ministério Público do Estado de São Paulo, atuando como auxiliar de Promotoria I, na Comarca de Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo. O Ministério Público de São Paulo informou que ele pediu exoneração do cargo em 3 de julho de 2014. O perfil de Euler em uma rede social, sem postagens, informa que ele estudou no Colégio Técnico da Unicamp e na Unip, em Campinas.

O homem invadiu uma missa na Catedral Metropolitana por volta das 13h. Armado e sentado em um dos bancos da igreja, disparou cerca de 20 tiros contra os fiéis ao final da celebração, matando quatro pessoas e ferindo outras quatro. Euler cometeu suicídio em seguida. De acordo com o delegado do caso, José Henrique Ventura, Gandolfo descarregou a pistola por duas vezes, e ainda tinha mais dois carregadores com 22 cápsulas cada.

Ao Estadão, o aposentado Pedro Rodrigues, de 66 anos, contou que passou em frente à Catedral Nossa Senhora da Conceição, no centro de Campinas, na manhã desta terça-feira. Apesar de ser evangélico, sentiu que deveria entrar e fazer uma oração. Iniciada às 12h15, a missa já estava acabando. Aos poucos, as pessoas foram deixando o local, mas cerca de 20 pessoas continuaram rezando mesmo com a saída do padre, relatou o aposentado. “Foi muito rápido”, disse.

Sentado em um banco na diagonal da frente, um homem levantou de repente e se virou com uma pistola 9 mm na mão. “Só vi que tinha um casal, ele atirou uma vez em cada um e eu saí correndo”, disse.

“Ele não disse nada antes de atirar. As pessoas começaram a correr”, afirmou Rodrigues. “Na hora, já pensei que era uma chacina.”

O aposentado conseguiu sair da igreja sem ser atingido. Na porta, parou para respirar, mas viu um homem baleado no ombro, tentando fugir. “Fiquei com medo e sai correndo até a rua.”

Os PMs chegaram em questão de segundos. “Ouvi muita sirene, mas não sabia o que estava acontecendo”, comentou o vendedor de uma loja de móveis. “Na hora, a gente não sabe se fecha a porta ou se tenta ajudar. As pessoas saíam correndo, gritando, chorando. Fiquei com muito medo”, descreveu uma colega.