Enquanto escrevo essas linhas, aqui da minha janela vejo uma chuva de papéis picados. O povo está de volta às ruas, para comemorar. Finalmente o namoradinho do Brasil, Sergio Moro, chegou à presidência. Demorou, é verdade, mas chegou. Depois da reeleição de Bolsonaro, derrotando Lula, em 2022, achei que a carreira do ex-Ministro da Justiça estava encerrada. O STF seria uma forma honrosa de se aposentar. Mas Moro não dá ponto sem nó. E estava apenas hibernando politicamente, preparando sua volta triunfal.

Em 2026, Moro sabia que o pêndulo do espectro político pendia contra ele. Assim, deu espaço para Lula vencer. Em 2030, sabia que Lula, aos 84 anos, venceria de novo, pois o plano Bolsa Desemprego, Fome, Frio e Solidão, era imbatível. Mas agora, em 2034, Moro sabia que seria sua vez. E veio com tudo, como você bem sabe, deu no que deu. Papou as eleições com 85% dos votos. E que melhor momento do que esse para assumir as rédeas do país? No mesmo ano que ficou comprovada a farsa da NASA e das companhias aéreas, o Brasil finalmente poderá ocupar a posição de destaque que sempre mereceu no Globo, digo, na Terra Plana. Por quê? Porque Sergio Moro é uma espécie de Rodrigo Hilbert da política. Eita homão da moléstia.
Quando estudante, passou por Havard. Como juiz, foi responsável pela mais importante operação anticorrupção da América Latina. Como Ministro, derrubou os índices de criminalidade a praticamente zero. Como presidente do STF prendeu colegas e impôs ética que nunca imaginamos possível naquela corte, mas tem mais. Dizem que Moro lava, passa e cozinha melhor que serviço de hotel cinco estrelas, ainda por cima é boa pinta, se veste bem, faz ele mesmo as unhas do pé e pessoas mais chegadas dizem que usa uma colônia inebriante. Agora que, finalmente se elegeu presidente, não vai ter para mais ninguém. Se alguém tem dúvida, é só ver o Ministério que o presidente Moro começou a montar.

Para a Cultura, o presidente escolheu ninguém menos que Sergio Moro. Um homem letrado, culto, inteligente, que transita bem e conhece os problemas desde o ensino fundamental até a Academia. Na Economia, a escolha foi ninguém menos que Sergio Moro, que já viveu nos Estados Unidos e conhece a fundo as nuances do liberalismo econômico, que é a tônica que o presidente deseja impor para garantir nosso crescimento nos anos que vêm pela frente. Na pasta de Diversidade, Comunismo e Racismo, criada pelo presidente Lula, o novo mandatário foi corajoso: escolheu Sergio Moro, um ativista dos direitos LGBT. No ministério da Defesa e Polícia nas Ruas, herança do presidente Bolsonaro, o nosso querido Sergio Moro resolveu conceder – dizem que para ficar bem com as Forças Armadas – e convocou o Brigadeiro Sergio Moro que, pilotando drones, se destacou na Guerra dos Dez Minutos, em 2028, quando fomos invadidos pela Bolívia.Para Infraestrutura o nome ainda não está decidido, mas à boca pequena, parece que o escolhido foi Sergio Moro que, apesar de não ser engenheiro, tem uma relação muito próxima — de amor e ódio, diga-se de passagem — com as principais empreiteiras do país.

Este texto, portanto, é para celebrar a alegria do nosso povo, agora que temos o resultado das urnas-celulares de 2034. Temos que agradecer ao presidente Moro que, mais uma vez, coloca-se à disposição para servir a Pátria com tanta dedicação. Mas principalmente, é um agradecimento público à equipe de geneticistas da Unicamp que ganhou o Nobel em 2027 por popularizar a clonagem humana. Não fosse pelo trabalho desses cientistas, amigos, dava Dilma na certa.

Em 2034, o presidente da República será uma espécie de Rodrigo Hilbert da política. Eita homão da moléstia

 

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