O ex-ministro Sergio Moro disse nesta quinta-feira (11) que aceitou o convite para ser padrinho de casamento da deputada Carla Zambelli (PSL-SP) por “constrangimento”. Em entrevista à Rádio Gaúcho, o ex-juiz afirmou ainda que nunca teve um relacionamento próximo com a deputada.

“Pouco conheço a Zambelli, na verdade a questão é que foi aquele tipo de convite que você fica constrangido, ‘ah, vamos lá prestigiar. Mas eu nunca tive um relacionamento próximo, pessoal com a deputada”, disse Moro.

O casamento de Zambelli foi realizado em fevereiro deste ano. Além de Moro, a deputada também escolheu o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e suas respectivas mulheres, Rosângela e Daniela, como padrinhos e madrinhas.

Na entrevista, o ex-ministro foi questionado sobre as recentes declarações de Zambelli de que o ex-juiz tinha “predileção” pelo PT e que protegia o PSDB. “Falam muito que eu protegia o Aécio [Neves, do PSDB]. Tudo o que surgiu encaminhamos ao STF. Por que não condenou? Porque a gente não tinha jurisdição. É uma distorção, um discurso. Esse tipo de alegação é vazia. A operação não era um produto da minha ação. Tinha polícia, MP, magistrados de outras instâncias”, justificou.

Moro também negou que tenha “segurado” a realização de operações da PF enquanto era ministro. “O trabalho sempre foi feito normalmente, mas é ruim tentar politizar essas investigações da PF. Isso deveria ser evitado. A PF tem de atuar com autonomia”, afirmou.