O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, desconhecer “qualquer investigação em andamento a respeito” do jornalista Glenn Greenwald, do Intercept Brasil, e salientou que a Polícia Federal já tinha informado à Corte sobre “a inexistência de inquérito policial instaurado com o objetivo de apurar condutas de Glenn Greenwald”. A afirmação consta de ofício enviado nesta quarta-feira, 24, ao Supremo, como uma resposta ao pedido de esclarecimento feito pelo presidente da corte.

Reportagens originadas de material obtido pelo site The Intercept têm colocado em xeque a conduta de Moro enquanto ainda era juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba e, como tal, julgava os processos da Operação Lava Jato na primeira instância. O hoje ministro afirma não reconhecer a autenticidade das mensagens e insiste que, mesmo se fossem verdadeiras, não trariam crimes ou condutas irregulares.

A notícia de que Glenn Greenwald passara a ser alvo da PF, que teria solicitado relatório de inteligência financeira ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), foi publicada pelo site o Antagonista no dia 2 de julho.

Moro disse, ainda, que não tem controle de investigações específicas. “Este Ministério não controla ou dirige investigações específicas da Polícia Federal, sem prejuízo da supervisão e controle administrativo sobre a referida instituição.

No ofício, o ministro procura deixar claro que o único pedido de investigação que fez é sobre a invasão de seu próprio celular. “Tomo ainda a liberdade de informar que, como é notório, fui vítima de hackeamento ou de tentativa de hackeamento de meu aparelho celular e que, diante do fato, requisitei, em 04/06/2019, pelo Ofício 1159/2019/GM, a apuração do fato à Polícia Federal. Como se verifica nos termos do ofício, a requisição limita-se à apuração da invasão criminosa de meu aparelho celular”, afirmou.

Ao presidente do Supremo, o ministro da Justiça e Segurança Pública também cita a operação Spoofing, que ontem levou a prisão supostos responsáveis pela invasão criminosa dos celulares. “Os fatos ainda estão sendo apurados”, disse Moro.