O ator e diretor Wagner Moura afirmou que “é frustrante” o filme “Marighella” ainda não ter estreado no Brasil. A obra prevista para estrear em novembro de 2019 enfrentou problemas com a Ancine. Depois, a data passou para maio deste ano e, novamente, precisou ser adiada por conta da pandemia do novo coronavírus.

“Rodamos Marighella no final de 2017, um filme feito sobre e para o Brasil. Por isso, é frustrante demais não ter estreado ainda. Dediquei muito da minha vida, do meu dinheiro para fazê-lo. Não vê-lo acontecer por ignorância e brutalidade de uma censura é doloroso. O prejuízo financeiro, claro, é grande”, contou Wagner Moura, em entrevista para a revista Marie Claire.

“Para poder estrear em maio – o que não vai mais acontecer -, tivemos de abrir mão do R$ 1,2 milhão de reais do fundo setorial, da Ancine, com que fomos contemplados. É um valor que a gente não tem, mas que os produtores tiveram a coragem de abdicar, esperando que Marighella faça uma boa bilheteria, já que essa proibição inegavelmente gera mais interesse”, declarou.

Atualmente morando com a família nos Estados Unidos, o ator também não poupou críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Quando o Bolsonaro se elegeu, algumas pessoas diziam: ‘Temos que torcer para tudo dar certo’. Eu respondia: ‘Não posso torcer para esse governo dar certo porque tudo o que esse governo propõe, acho errado’. Bolsonaro acabou com o Ministério da Cultura. Nessa área específica, se você torcer para dar certo, é torcer para o fim de qualquer coisa que diga respeito ao pensamento crítico”, disse à revista Marie Claire.

A secretária especial de Cultura, Regina Duarte, que recentemente deu uma entrevista polêmica para a CNN, não foi poupada das críticas. “Regina Duarte, assim como seu predecessor, também é nazista”, afirmou Wagner Moura.