A Polícia Federal identificou os ministros do STF Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, além do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como alvos de um grupo de militares que formou uma organização para espionar e, possivelmente, assassinar autoridades.
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As informações foram extraídas de anotações e conversas do grupo, liderado pelo coronel da reserva do Exército Etevaldo Caçadini, investigado na sétima fase da Operação Sisamnes.
A operação usou documentos confiscados na casa de Etevaldo Caçadini, coronel da reserva do Exército, que revelaram uma tabela com preços para espionagem ou assassinatos de autoridades do STF e parlamentares.
O material incluía um regimento interno de uma organização criminosa, com setores definidos, armamentos e até envolvimento de garotas de programa. Conversas entre os suspeitos mencionavam ministros do STF e parlamentares como alvos.
A tabela indicava valores como R$ 250 mil para ministros, R$ 150 mil para senadores, R$ 100 mil para deputados e R$ 50 mil para outros alvos, possivelmente para espionagem, segundo a PF, devido aos preços baixos. A defesa de Caçadini nega irregularidades e diz confiar nas instituições.
Entenda a Operação Sisamnes
Os acontecimentos desta quarta-feira, 28, representam a sétima fase da Operação Sisamnes, que apura uma teia financeira e empresarial para lavar dinheiro. A investigação começou averiguando mandantes e coautores do assassinato de um advogado em 2023, além da vendas de sentenças por intermédio de gabinetes do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A Polícia Federal constatou a presença de um grupo criminoso que praticava espionagem e até homicídios por encomenda. Já estão sendo executados cinco mandatos de prisão preventiva, quatro de monitoramento eletrônico e mais seis de busca e apreensão.
Entre as infrações prescritas estão crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional. Já os envolvidos envolvem advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados.