O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do áudio da reunião do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com advogadas e o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem sobre o caso das rachadinhas. A decisão foi tomada na tarde desta segunda-feira, 15.
O áudio foi solicitado pela defesa de dois suspeitos presos na operação da Polícia Federal da semana passada, que mirou participantes do esquema de monitoramento de opositores de Bolsonaro. Na avaliação de Moraes, a divulgação parcial de trechos da gravação poderia afetar as informações à sociedade.
O áudio foi gravado por Ramagem e aponta um possível aparelhamento da Abin para fiscalizar agentes da Receita Federal responsáveis por investigar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das rachadinhas. O filho do ex-presidente era acusado de praticar a devolução de valores de assessores quando era deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
De acordo com a PF, a Abin teria usado a ferramenta First Mille para realizar o monitoramento. Além de acompanhar os passos, a cúpula da ‘Abin paralela’ tinha o objetivo de encontrar informações que pudessem comprometer os auditores e prejudicar as investigações.
Os investigadores acreditam que as ações foram ordenadas por Alexandre Ramagem. O ex-presidente Jair Bolsonaro teria o conhecimento das ações, de acordo com a Polícia Federal.
O site IstoÉ tentou contato com a defesa de Bolsonaro, que informou ainda ter analisado o áudio. Ramagem não se pronunciou até o momento.